São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Garoto nacional

Exímio pé-de-valsa, Manoel Reis decidiu testar sua popularidade em Capelinha (MG), candidatando-se a vereador.
Foi eleito e imediatamente mandou confeccionar o terno para a posse, que ocorreu em um palanque montado sobre a carroceria de um caminhão, em uma tarde de sol escaldante.
Manoel Reis transpirava intensamente, mas não seriam algumas gotas de suor que iriam estragar o grande dia de sua vida.
Na hora marcada, a banda tocou o Hino Nacional. Reis não teve dúvida: passou as mãos na cintura de uma professora primária, que estava a seu lado, e saiu rodopiando pelo palanque.
Constrangida, a professora pisou nos pés do dançarino, para chamar sua atenção. Nada.
Sem outra opção, a professora parou de seguir os passos do vereador pelo palanque. Sem graça, por não ter sido correspondido, Manoel Reis não se fez de rogado. Passou a bater palmas e o pé, no compasso do hino.

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