São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996 |
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Em Alagoas, 10 pessoas morreram em comícios PM volta à segurança após greve por falta de pagamento ARI CIPOLA
A Polícia Militar voltou ontem a fazer o policiamento nas manifestações, após permanecer uma semana aquartelada por falta de pagamento dos salários. Mas polícia não garante segurança. Mortes e violência aconteceram também em comícios com a presença da polícia, antes da greve. Em Maceió, mesmo com o efetivo da PM de prontidão no local do evento político, duas pessoas foram esfaqueadas e morreram nos comícios dos candidatos à prefeitura local Heloísa Helena (PT) e Pedro Vieira (PMN). Vieira chegou até a contratar 30 seguranças particulares para tentar evitar confusão em suas manifestações na periferia de Maceió. "Se o poder público não existe, nós tentamos garantir a ordem", afirmou. Por precaução, a candidata petista, que lidera as pesquisa, suspendeu o desfile do bloco "Puro Tesão" no último sábado. Há oito dias o palanque do PT serviu como alvo de vários tiros. Ninguém ficou ferido. O comício mais violento do Estado até agora aconteceu domingo passado em Maribondo (86 km de Maceió). Três pessoas morreram, segundo a polícia, durante a manifestação do candidato a prefeito Roberto Sapucaia (PSDB, PSB, PTB e PL). José Valdir da Silva, 13, morreu eletrocutado ao pegar em um fio de alta tensão. O comerciante Antonio Alves de Souza levou dois tiros após uma discussão. O estudante Josivaldo de Oliveira Araújo, 21, foi esfaqueado na barriga. O juiz da cidade, prevendo tumulto pela ausência da polícia grevista, chegou a cancelar o comício. O candidato, porém, entrou com recurso no Tribunal Regional Eleitoral e no sábado ganhou a liminar que permitiu a manifestação. O tribunal disse que não havia lei que respaldasse a decisão do juiz. "Contratei 40 homens para fazer a segurança do comício. Perto do palanque nada aconteceu. A intranquilidade é grande com a falta de polícia na cidade", afirmou o candidato Sapucaia. Mira A violência política no Estado também preocupa o secretário de Segurança, José Amaral. Ele tenta contornar, por telefone, as ameaças de morte contra 21 dos 100 candidatos às prefeituras alagoanas. Em Alagoas, ameaça de morte política tende a se concretizar. O candidato a vice-prefeito de Atalaia (55 km de Maceió), Nelson Fernandes (Prona-PPB-PT do B e PPS), foi assassinado e teve seu corpo queimado há 25 dias. Outros três atentados contra candidatos ainda estão sendo investigados pela polícia. Dois deles aconteceram contra o candidato a prefeito de Pindoba (AL), Lécio Cardoso Fideliz (PSC), que disputa o poder político da cidade com seu tio, Aristeu Fideliz. Num dos ataques a bala contra Lécio, dois ocupantes de seu carro acabaram morrendo. Texto Anterior: Garoto nacional Próximo Texto: Governador diz que Rio não é Vietnã e rechaça uso de tropa Índice |
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