São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996 |
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Maquinista notou falta de freios a 3 km
DA SUCURSAL DO RIO O maquinista do trem de carga envolvido no choque de ontem chegou a avisar por rádio que a composição estava com problema de freios.O defeito teria sido percebido cerca de três quilômetros antes do local do acidente. A composição, que pesava 2.000 toneladas, vinha da estação de Dias Tavares, em Juiz de Fora (Minas Gerais). O cargueiro transportava bobinas de fios de aço para exportação da siderúrgica Belgo-Mineira. Tinha 18 vagões e iria para o porto do Rio, na região central da cidade. A composição estava no pé da serra do Mário Belo, após descer cerca de 16 quilômetros. O trem de passageiros, com três vagões, saíra de Barra do Piraí (RJ) e esperava o sinal verde próximo a uma cancela, para terminar a viagem na estação de Japeri. Segundo o funcionário público José Geraldo da Silva, 35, que caminhava ao lado da linha férrea em direção à casa da mãe, ao perceber que o trem de passageiros continuava parado na mesma linha, o maquinista acionou o apito, gesticulando e gritando. O gerente de Transportes da Superintendência Regional do Rede Ferroviária Federal do Rio, Mário Antonio Sidrim, disse que, momentos antes do choque, o cargueiro deveria estar a uma velocidade de 60 km/h. Esmagados Ao ouvir os apitos e perceber a aproximação do cargueiro, muitos passageiros pularam pelas janelas do trem de passageiros. Com o choque, a maior parte dos vagões dos dois trens descarrilou. Um vagão chegou a tombar em cima de passageiros que haviam abandonado o trem. "Debaixo do vagão, havia gente gritando por socorro. Mas não deu para socorrer", disse o cabo da Polícia Militar Simões, um dos primeiros a chegar ao local. Segundo ele, alguns dos corpos dos passageiros ficaram estraçalhados. Uma mulher grávida de oito meses expeliu o feto. Para o cabo, essa foi "a cena mais triste" que já viu na vida. "Ainda teve um cidadão que pegou o feto no colo, mas não deu. Ele estava com um buraco na cabeça", afirmou o policial militar. O corpo da mulher ficou mutilado. Cerca de 40 bombeiros, dos quartéis de Paracambi e Nova Iguaçu, foram deslocados para o local. Junto a vagões havia poças de sangue e pedaços de corpos. A maior parte dos feridos foi levada primeiramente para a clínica Nossa Senhora da Conceição. Depois, cerca de 20 foram transferidos para o hospital da Posse, no município de Nova Iguaçu. Texto Anterior: Acidente em 95 matou 12 Próximo Texto: Orçamento não prevê verba para emenda Índice |
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