São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Investigador é morto durante roubo em ônibus na Rebouças

Policial reage a assalto, mata um dos ladrões e é morto

DA REPORTAGEM LOCAL

Um assalto em um ônibus provocou a morte do investigador Marcelo Mansur, 27, e de Silvio Marcelino dos Santos, 23, um dos acusados do roubo.
O crime ocorreu anteontem, às 23h50, na avenida Rebouças, perto da rua Oscar Freire, em Pinheiros (zona oeste de São Paulo).
Um outro acusado conseguiu escapar. Ele foi baleado pelo investigador. Segundo testemunhas, os dois acusados tentaram assaltar o policial civil.
Mansur havia pego o ônibus para ir da faculdade para casa. Ele trabalhava na Delegacia da Defesa da Mulher, em Osasco (Grande São Paulo), e era casado.
Quando o ônibus parou perto de uma lanchonete, os dois acusados subiram com lanches e copos com bebida. Eles conversaram com outros passageiros e, após passarem pela catraca, abordaram o policial.
Mandaram que ele entregasse a maleta que carregava. O policial se recusou e abriu a pasta para pegar o revólver. Imediatamente, um dos assaltantes disparou três vezes. Duas balas acertaram o rosto do investigador, que reagiu.
Mansur conseguiu balear o acusado Santos. Segundo testemunhas, o outro acusado também foi atingido na perna.
Antes de fugir, ele teria pego os revólveres do policial e do companheiro. O ladrão desceu do ônibus e pegou um táxi na avenida Rebouças, seguindo em direção à avenida Eusébio Matoso.
Ninguém anotou a placa do táxi. A polícia cercou a região, mas não conseguiu encontrar o fugitivo.
A Divisão de Homicídios está atrás de possíveis companheiros do acusado morto, mas não havia identificado o segundo acusado até as 20h de ontem.
O investigador deverá ser enterrado hoje de manhã no cemitério de Cotia (Grande São Paulo).
Assassinato
Duas horas antes do tiroteio na Rebouças, outro investigador havia sido baleado e morto em São Paulo. Mauro Cesar Granjeiro, do 73º DP, foi achado com um tiro num Gol na rua Suzano Brandão, na Vila Matilde (zona leste).
Granjeiro estava sendo processado pela Justiça por ter sido envolvido no escândalo de corrupção policial denunciado pelo ex-informante José Gonzaga Moreira, o "Zezinho do Ouro".
A Polícia Civil não tem pistas sobre o autor dos disparos. Até o início da noite de ontem, nenhuma testemunha do crime havia sido encontrada.
Aparentemente, Granjeiro foi morto com um tiro de calibre 38 e nada foi roubado do investigador.
Sua arma, um revólver calibre 38, estava em sua cintura. Ele trabalhava no 73º DP (Jaçanã, zona norte). O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios.

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