São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Categorias descartam paralisação conjunta

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

Os sindicatos dos petroleiros, metalúrgicos e químicos, com data-base neste segundo semestre, descartaram ontem a participação conjunta das categorias em uma greve no próximo dia 26.
Os bancários de todo o país poderão parar suas atividades neste dia, quando irá ocorrer também greve geral na Argentina.
"Não podemos dizer que, se os bancários entrarem em greve, nós faremos o mesmo. Não existe greve por solidariedade. Não há este nível de consciência no Brasil", diz Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Ele afirma que o sindicato irá fazer manifestações de apoio à greve dos bancários, como piquetes e carreatas.
A greve no dia 26 havia sido convocada inicialmente pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Na ocasião, Antônio Carlos Spis, coordenador da FUP, disse que poderia haver adesão dos metalúrgicos e bancários ao movimento.
Segundo Spis, apenas os sindicatos do Rio Grande do Sul e de Manaus apoiaram a greve no dia 26 após realizarem assembléias anteontem.
Pauta conjunta
Os representantes desses sindicatos se reuniram ontem em São Paulo para discutir atividades conjuntas de mobilização.
As centrais sindicais (CUT, Força Sindical e CGT) voltam a se reunir na próxima segunda-feira para discutir como ampliar essas manifestações conjuntas.
No dia previsto para a greve dos bancários, os metalúrgicos e químicos de São Paulo irão fazer uma carreata que passará pelo Ministério da Fazenda e Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). A manifestação deverá terminar em frente ao consulado da Argentina, reunindo também os petroleiros.
Eles irão entregar a representantes desses organismos pauta única das reivindicações das categorias, como a reposição da inflação do período. E irão propor ainda sugestões de mudanças na política econômica do governo.
"Nenhuma campanha salarial vai ter desfecho rápido. As categorias vão ter dificuldade em negociar se fizerem campanhas isoladas", afirma Spis.
(DFe)

Texto Anterior: Maioria dos petroleiros rejeita greve
Próximo Texto: Metalúrgica reduz jornada
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.