São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996 |
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Luxo orienta 'Cleópatra'
INÁCIO ARAUJO
O problema não é que fosse um mau filme. É que as filmagens duraram quase um ano, a saúde de Elizabeth Taylor ajudou o orçamento a estourar, Walter Wanger foi tirado da produção e substituído por Darryl Zanuck. Tudo isso criou uma expectativa tão brutal que, no fim, nem a grandiosidade do filme conseguiu reverter a decepção. A Fox entrou em crise e talvez "Cleópatra" tenha sido o Waterloo das superproduções. Não obstante, o filme está à altura de suas ambições: narrar os primeiros anos do Império Romano, colocando no centro a rainha egípcia e deixando gravitar em torno dela os homens, em especial César (Rex Harrison) e Marco Antonio (Richard Burton). Ao longo de seus 184 minutos, as desigualdades não são raras, nem os momentos enfadonhos. Parece haver uma preocupação em deslumbrar a cada cena que desemboca no novo-riquismo, um excesso de luxo que quase leva ao naufrágio. Em compensação, os momentos em que a grandeza efetivamente se impõe são de fato espetaculares. Enchem os olhos e, nem por isso são vazios de sentido. (IA) Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Filme de Mike Leigh abre hoje a Mostra Rio Índice |
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