São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Bailarinos e espectadores dançam juntos

ANA FRANCISCA PONZIO
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LYON

O Balé Folclórico da Bahia (BFB) reafirmou na noite de terça-feira, quando estreou na 7ª Bienal de Dança de Lyon, dedicada ao Brasil, seu sucesso e popularidade na França.
Foi depois de sua primeira apresentação em Lyon, dois anos atrás, durante a última bienal, que o BFB ganhou projeção internacional. Agora, de volta à cidade, recebeu ovação de 15 minutos das cerca de 3.000 pessoas que lotavam o Auditoriaum, onde se apresenta até domingo.
Após o espetáculo, o BFB acompanhou o público até o pátio de entrada do teatro, onde artistas e espectadores continuaram dançando por mais 20 minutos.
Neste bloco de rua improvisado, até os moradores dos prédios vizinhos participaram da festa à distância.
A fama do BFB em Lyon roubou público da Cia. Terceira Dança, que, no entanto, também foi bem recebida em sua estréia, terça.
Dirigida pela coreógrafa Gisela Rocha, a Terceira Dança mostrou "DAS" e "Les Cartes", comprovando que, hoje, é uma das melhores companhias de dança moderna do Brasil.
Com ótimo elenco, produção refinada e coreografias consistentes, o grupo Terceira Dança é uma revelação recente, que a partir de um trabalho experimental vem criando uma linguagem diferenciada.
Num momento em que o Grupo Corpo é modelo de sucesso no Brasil, o Terceira Dança surge como estética alternativa, menos padronizada e com capacidade de conquistar nível de excelência equivalente.
Programação Uma semana após a inauguração da 7ª Bienal de Dança de Lyon, Terceira Dança e Balé Folclórico da Bahia integram uma programação diária de espetáculos que, na mesma noite, ainda oferece os espetáculos do Grupo Corpo e das companhias de Deborah Colker e Lia Rodrigues, ainda em cartaz.
Hoje, estréia mais um grupo, o Rubens & Barbot, do Rio de Janeiro, que se apresenta acompanhado do percussionista Robertinho Silva. Após os espetáculos, às 23h, a cantora Alcione realiza um show que inicialmente seria com Beth Carvalho.
Interpretando ritmos que vão do samba ao reggae, além de uma canção de Fátima Guedes, Alcione afirmou ontem, em coletiva de imprensa, que este espetáculo é uma prévia do disco "Tempo de Guarnicê", a ser lançado brevemente.
Segundo Guy Darmet, diretor da Bienal de Lyon, Alcione foi convidada por causa de sua versatilidade, que permite mostrar aos franceses as diferentes faces da música brasileira.

A jornalista Ana Francisca Ponzio viaja a convite da Bienal

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