São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996
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Pérez deixa a prisão e prepara viagem

Pena de ex-presidente venezuelano acaba hoje

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Após 28 meses, com festa de seus partidários, o ex-presidente da Venezuela Carlos Andrés Pérez, 73, deixa hoje a prisão domiciliar que cumpria em uma chácara nos subúrbios de Caracas, capital do país.
"Fui vítima de uma prisão injusta e arbitrária, mas isso já passou. Não saio com desejo de revanche", disse Pérez, destituído do cargo em 1993 e preso em 1994.
Naquele ano, a Justiça venezuelana considerou-o culpado de ter usado irregularmente US$ 17,2 milhões do Orçamento para gastos secretos com segurança interna em um esquema de proteção para a presidente da Nicarágua, Violeta Chamorro, em 1990. Ele foi absolvido de acusação de enriquecimento ilícito.
Ontem, Pérez preparava-se para uma viagem pelo país. Ele já anunciou que quer voltar à política, provavelmente como senador, e recuperar o comando de seu partido, Ação Democrática (governo).
Violeta Chamorro enviou sua filha e o genro a Caracas para assistir à libertação. O presidente da Costa Rica, José Figueres, mandou a mãe.
O fato de a pena ter sido menor que três anos fez com que Pérez não tenha perdido seus direitos políticos. A medida foi criada contra o antigo ditador Marcos Pérez Jiménez.
Agora, CAP, como o ex-presidente é conhecido na Venezuela, deve liderar a oposição. Seus partidários propuseram ao comando da Ação Democrática, hoje liderada pelo presidente Rafael Caldera, anistia a todos os militantes excluídos do partido, convocação de eleições internas nos próximos seis meses e o adiamento da definição da próxima candidatura presidencial para 1998, ano das eleições.

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