São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996 |
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TERCEIRO TEMPO Os resultados da nova pesquisa Datafolha confirmam que a eleição municipal em São Paulo deverá ter mesmo um segundo turno. Mas mostram que ainda é difícil dizer quem estará na disputa. O candidato do PPB, Celso Pitta, continua na liderança, mas a pesquisa reitera uma tendência de declínio que se vinha observando em levantamentos anteriores. O mesmo vale para Luiza Erundina, do PT, que há semanas parecia ter garantida sua passagem ao segundo turno e agora se vê às voltas com o avanço lento e por enquanto constante do candidato do PSDB, José Serra. Confirmando o quadro de jogo em aberto, o número de votos em branco, nulos e indecisos atinge ainda 14% dos entrevistados. É uma parcela significativa do eleitorado que, ao menos em parte, provavelmente vai tomar conhecimento de que as eleições são iminentes apenas nos próximos 15 dias que ainda restam antes de o pleito realizar-se. Esses resultados trazem várias lições. Em primeiro lugar, fica mais uma vez comprovada a noção bastante conhecida de todo bom esportista de que nunca se deve cantar vitória precocemente. Outra lição, infelizmente, é que o eleitorado parece reagir quando "a briga esquenta". Foi indisfarçável a elevação da temperatura (e a queda nos modos) em várias campanhas nas últimas duas semanas. Muita gente que parecia decidida ou alheia pode, alertada pelo confronto que ocupou mais espaço nos jornais e televisões, afinal ter mudado de opinião ou mesmo despertado para o evento eleitoral. Finalmente, não uma lição, mas um desejo torna-se ainda mais premente a partir de agora. Se já passou a fase do puro marketing, se o confronto mais duro entre os candidatos também já surtiu efeitos, quem sabe a partir de agora comece uma espécie de "terceiro tempo" em que os candidatos, de fato, venham a concentrar-se em propostas e num debate político frutífero para a consciência dos eleitores, na condição de paulistanos e como cidadãos. Próximo Texto: DE GRÃO EM GRÃO Índice |
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