São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 1996 |
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DE GRÃO EM GRÃO
DE GRÃO EM GRÃO O encontro de Florianópolis entre autoridades econômicas do Mercosul talvez tenha sido apenas mais um passo numa longa trajetória rumo ao fortalecimento do projeto de integração regional. Mas foi um passo especialmente importante.Entre os principais consensos alcançados está a tese de que a redução de tarifas aduaneiras será, no conjunto de medidas necessárias para tornar a liberalização comercial uma realidade, provavelmente a última. Não se trata de recuo na abertura comercial da região, mas de uma qualificação importante. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em especial, tem sublinhado a importância de ajustes finos, de uma fase de acomodação entre a primeira fase da abertura, ocorrida unilateralmente desde o final dos anos 80, e a próxima "onda", que culminaria com uma área de livre comércio das Américas, talvez em 2005. Entre os ajustes finos está o fortalecimento de projetos sub-regionais como o próprio Mercosul e a consolidação de uma Área de Livre Comércio Sul-Americana, modelo caro ao próprio Itamaraty. A reunião de Florianópolis, preparatória da que terá lugar em Belo Horizonte em maio de 1997, consagra portanto o princípio da abertura gradual. O que é mais importante, com o apoio dos Estados Unidos, que inicialmente apostavam num processo de integração mais acelerado. Como se sabe, mesmo nos Estados Unidos as dificuldades políticas de ampliar a liberalização no comércio externo têm sido significativas. O roteiro daqui para a frente define, portanto, o desenho de blocos progressivamente mais articulados, como o Mercosul, o Grupo Andino e o Nafta. E o adiamento da redução tarifária tem como objetivo preparar as burocracias, criar um ambiente favorável aos negócios e, possivelmente, atuar de forma conjunta nos foros internacionais, como a reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio que ocorrerá em Cingapura em dezembro. Texto Anterior: TERCEIRO TEMPO Próximo Texto: AGRESSÃO INJUSTIFICÁVEL Índice |
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