São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996 |
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Governo paga por evento em Nova York Entidades católicas protestam ABNOR GONDIM
O evento começa amanhã e vai até o dia 28, com a presença dos ministros Gustavo Krause (Meio Ambiente), Raul Jungmann (Política Fundiária) e Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores). Nota divulgada ontem pelo Cimi (Conselho Indigenista Missionário), vinculado à Igreja Católica, diz que o evento faz propaganda dos autores do decreto 1.775, que permite a revisão dos limites de reservas indígenas. "Seria mais eficaz que os recursos fossem direcionados ao apoio real das comunidades indígenas ou não da Amazônia", diz a nota. A CPT (Comissão Pastoral da Terra), outra entidade da igreja, recusou prêmio de US$ 35 mil que iria receber na Semana da Amazônia por ter criado um projeto ecológico com lavradores do Pará. "O governo quer criar no exterior uma falsa imagem", afirmou o secretário-executivo da CPT, Vilmar Schneider. Caravana Estima-se que o governo vá gastar também cerca de US$ 50 mil com passagens e diárias dos três ministros e de dez funcionários graduados que irão aos EUA. Também participará do evento o secretário de Assuntos Estratégicos, Ronaldo Sardenberg. Outro convidado é Mauro Costa, superintendente da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus). Ele doou R$ 600 mil ao evento. O Ministério do Meio Ambiente deu R$ 250 mil. As autoridades brasileiras consideram que o evento permitirá a divulgação dos povos e dos negócios ecológicos da Amazônia. Apenas o salário A promoção foi organizada pela Amanakaá, organização não-governamental abrigada nos EUA. Para a dirigente da Amanakaá, Zezé Weiss, são infundadas as preocupações das entidades ligadas à Igreja Católica de que o evento irá promover o governo. Segundo ela, a Amanakaá pagou a viagem de 45 líderes nativos da Amazônia para exigir das autoridades a execução da reforma agrária ecológica na Amazônia. Texto Anterior: Tentativa de trégua fracassa no Pontal Próximo Texto: Badan pede nova apuração de mortes Índice |
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