São Paulo, sexta-feira, 20 de setembro de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Acompanhantes de filho de Mário Covas agridem fotógrafo da Folha Incidente ocorreu em casa noturna na zona sul de São Paulo DA REPORTAGEM LOCAL O repórter-fotográfico Rodney Suguita, free-lancer da Folha, foi agredido anteontem, por volta das 23h, na boate Bris Point, em São Paulo. No local, acontecia a filmagem de um filme pornográfico, com presença de platéia.A agressão foi cometida pelo advogado Mário Covas Neto, filho do governador de São Paulo, Mário Covas, e por três acompanhantes do advogado. O fotógrafo registrou Boletim de Ocorrência ontem à noite no 27º DP (Campo Belo, zona sul). O delegado Luis Marcelo Perpétuo Sampaio registrou um boletim de constrangimento ilegal. Suguita foi agredido depois de fotografar Mário Covas Neto entre o público. Segundo ele, quando Covas Neto percebeu estar sendo fotografado, chamou o fotógrafo e pediu que ele se identificasse e desse os filmes. O fotógrafo recusou e Covas Neto torceu seu braço. Então, os três acompanhantes do advogado deitaram Suguita no chão, o imobilizaram com os pés e tomaram os filmes. Um deles mostrou um revólver. Depois da agressão, os três homens mandaram Suguita sair do local e disseram para ele não falar nada para ninguém, a fim de não sofrer represálias. Tudo foi testemunhado por Wladimir Fernandes, motorista que presta serviço à Folha. Covas Neto confirmou ter estado na casa noturna Bris Point. Mas negou ter participado da agressão ao fotógrafo ou ter ordenado qualquer ação de violência. Ele disse ter sido convidado para assistir ao espetáculo por três amigos. Covas Neto afirma que, em determinado momento, percebeu ter sido fotografado. Disse que Rodney Suguita negou tê-lo enquadrado e que, na dúvida, um de seus acompanhantes pediu que o fotógrafo entregasse o filme. "O fotógrafo tinha segundas intenções e agiu com maldade", disse. "Para mim, ficou muito claro que se tratava de uma 'armação' para prejudicar minha família." Covas Neto negou que estivesse acompanhado de seguranças e disse lamentar que sua vida esteja "o tempo todo exposta". Toni Barros, proprietário da casa noturna, disse que o fotógrafo descumpriu um acordo que ambos haviam feito para que os convidados não fossem fotografados. Barros afirmou não ter ocorrido nenhuma cena de constrangimento físico contra Rodney Suguita. Texto Anterior: Menina vai receber coquetel proibido para o uso infantil Próximo Texto: Farinha causa morte de quatro crianças; Estudante de 13 anos assassina a mãe no RSLair Guerra transferida de Recife para Brasília Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |