São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996 |
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Escolas ganham guardas após depredação "Galera" depreda escola em Pernambuco VANDECK SANTIAGO
A escola de 1º grau Landelino Rocha, no Pina (periferia da cidade), por exemplo, foi depredada oito vezes este ano. Teve portas, teto e paredes arrombadas. O único relógio da escola, a única garrafa térmica e a única máquina de escrever foram roubadas. Hoje, as portas, janelas e a via de acesso ao corredor são protegidas por grades de ferro, e a escola, que recebe 600 alunos, passou a ter vigilantes 24 horas por dia. Nova tática Agora, as chamadas "galeras" passaram a riscar, arrancar antenas e esvaziar pneus de carros que ficam do lado de fora. Segundo a Secretaria Estadual da Educação, a depredação só diminuiu quando o governo criou o programa Guarda Patrimonial, no ano passado, contratando policiais militares aposentados para trabalhar em prédios do Estado. Em 113 das 454 escolas estaduais da região metropolitana há hoje um guarda patrimonial. Para o presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ademar Marques, quando as "galeras" depredam uma escola "estão querendo nos dizer alguma coisa, querendo ser ouvidos de alguma forma". "Não é puro vandalismo", considera Marques. Os integrantes das "galeras" são, em sua maioria, jovens com menos de 25 anos, pobres, residentes na periferia e que moram com os pais, segundo levantamento da Polícia Militar. A arma mais comum é o 'soco inglês" (anéis de metal). Modismo Em 1993, havia 86 "galeras" no Estado. Hoje, elas não passam de 20, segundo a PM. "É um modismo, um movimento sazonal", disse o tenente-coronel Antônio Neto, do setor de informações da PM. Embora a PM considere as "galeras" menos violentas que as gangues de São Paulo, 29 mortes foram atribuídas a elas nos últimos oito meses -uma média superior a três mortes por mês. Texto Anterior: Briga de rivais mata estudante Próximo Texto: Europeus vão avaliar universidade de PE Índice |
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