São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Cresce interesse por criação de animais

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A criação de animais silvestres está sendo vista como uma boa oportunidade de negócio. O Ibama vem recebendo várias consultas de pessoas interessadas em criar avestruzes e emas.
"Muitas pessoas estão ligando para pedir informações sobre a criação dessas aves", afirma o engenheiro florestal Erasto Kost, do Ibama de São Paulo.
A produção de matrizes para outros criadores também está sendo vista como um bom filão. Um ovo fecundado de avestruz, por exemplo, pode custar R$ 1 mil.
"A globalização faz com que as pessoas tenham acesso a animais exóticos" diz Francisco de Assis Neo, biólogo e coordenador da flora e fauna silvestre do Ibama, em Brasília.
Existem hoje dois criadouros de avestruzes no país. Um em Bragança Paulista (interior de São Paulo) e outro no Mato Grosso do Sul. Eles não produzem carne.
As emas sempre puderam ser criadas em cativeiro. Já o avestruz, por não ser da fauna brasileira, tem só sua entrada no país regulamentada, mas não sua criação.
Portaria
Uma portaria de 94 do Ibama, que regula a entrada de animais exóticos (que não existem no país) e a criação de espécies brasileiras, está sendo revista pelo órgão.
O avestruz poderá ser colocado na lista de animais domésticos na nova portaria, que deve ser publicada em novembro, afirma Neo.
Isso significa que o abate e o controle de qualidade da ave ficarão sob responsabilidade somente do Ministério da Agricultura.
Oferta maior
"A tendência é de aumento da oferta de animais silvestres no mercado em função da maior demanda. Isso irá aumentar a concorrência e fazer com que os preços diminuam", diz Neo.
Ele ressalta que os novos produtores precisam saber se o mercado vai realmente absorver a oferta. "Tenho receio que seja somente um modismo", afirma em relação ao consumo de avestruz.
A criação de outros animais também está despertando interesse. Existem atualmente nove criadores de tartaruga de água doce, a maioria no Amazonas. O Ibama já recebeu mais 15 pedidos para a instalação de novos criadouros.
O comércio de tartarugas de cativeiro foi liberado há cerca de dois meses. A produção prevista é de 40 mil animais por ano.
Os criadouros de capivara, cateto e queixado (espécies de porcos do mato) registrados no Ibama em São Paulo são cerca de 40.
A criação de jacarés, autorizada pelo Ibama em 93, é feita no Mato Grosso. Há cerca de 50 produtores (há dois anos eram dez), a maior parte reunida em duas cooperativas da região.
(DFe)

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