São Paulo, segunda-feira, 23 de setembro de 1996
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Aprendendo com eles

ALEX PERISCINOTO

No Brasil, chamar pessoas com mais de 60 anos de velhas, idosas ou incluí-las na geração "terceira idade" parece estar virando coisa do passado. Pelo menos é o que espero.
Cada vez mais ativas, elas chegaram, sim, à fase da "maturidade" -trata-se de um público maduro (são mais de 20 milhões em todo o país), interessado em produtos e serviços que lhe ofereçam conforto, atualização e entretenimento. Desde computação, idiomas e teatro até cursos de modelo e manequim, elas estão alargando seus horizontes.
Em outros países, no entanto, não é de hoje que esse público é tratado com respeito, admiração e extrema delicadeza. A conferir pelas campanhas publicitárias que tenho visto.
Numa, três simpáticos senhores ilustram uma promoção do McDonald's proibida para "menores de 60 anos". Sorridentes e cheios de vida, como devem ser (ver acima). Longe de qualquer imagem de solidão e isolamento. Noutra, uma empresa avisa que é nessa fase da vida que você tem chances de conhecer uma pessoa muito interessante: você mesma.
Enfim, são muitas as campanhas que, inclusive, prezam pelo humor inteligente. O mesmo humor de George Burns, ator e comediante americano que prometeu viver cem anos e viveu. Rica e intensamente. Com muito amor ao seu trabalho. Ao contrário de um amigo meu, com mais de 60 anos, que me diz: "Nunca gostei de trabalhar. Para mim, o trabalho é uma invasão de privacidade". Que também chegue aos cem anos assim.

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