São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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'Não houve beneficiamento'

DA REPORTAGEM LOCAL

Três empreiteiras que contribuíram com o esquema Paubrasil e prestam serviços para a Prefeitura de São Paulo dizem que ganharam as obras em concorrência pública.
Cesar Castro, 52, diretor de relações institucionais da CBPO, afirma que a empreiteira venceu a concorrência do túnel Ayrton Senna ainda na gestão de Jânio Quadros.
"Não vejo sentido em falar em beneficiamento. Nós trabalhamos desde 1931 para todos os prefeitos de São Paulo", afirmou Castro.
Além do túnel, a CBPO construiu prédios do projeto Cingapura, participa da coleta do lixo e canalizou o córrego Jaguaré -nesses casos, a licitação foi feita por Paulo Maluf.
As licitações da coleta e da canalização vencidas pela CBPO terminaram com preços empatados e foram decididas em sorteio, por meio de bolinhas. "Tivemos sorte", disse Castro.
Para a diretoria da Andrade Gutierrez, que não comenta o esquema Paubrasil, foi o prefeito Paulo Maluf que decidiu quais obras seria retomadas na sua gestão.
Antonio Rubens Ribeiro, 44, assessor de comunicação da Mendes Junior, disse que "não existe qualquer relação entre as doações de campanha e as obras. Ganhamos todas elas em concorrência pública".
As três empreiteiras afirmam que não estão contribuindo com a campanha de Celso Pitta.
Castro, da CBPO, diz que a empreiteira "praticamente" não tem financiado candidaturas em nenhuma cidade. "Os tempos estão difíceis", justifica.
A Folha procurou o presidente da Constran, Silvio Fernandez Lopes, na última sexta-feira e ontem. Foram sete ligações telefônicas na sexta e quatro ontem.
O presidente da empreiteira não foi encontrado nas duas ocasiões para comentar as doações às campanhas e a obra que a Constran fez para a prefeitura.

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