São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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SP tem ar de má qualidade em 5 estações

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco estações medidoras registraram ontem a qualidade do ar de São Paulo como má. É o segundo pior dia em número de estações consideradas más. Em julho, seis estações medidoras apontaram como má a qualidade do ar.
No domingo, a qualidade do ar estava inadequada ou regular na maioria dos bairros que são monitorados. No sábado, também foi considerada má, o que poderia desencadear um estado de atenção na cidade, com pedido de restrição de circulação de carros.
A Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) e a legislação do Estado classificam a qualidade do ar como boa, regular, inadequada, má, péssima e crítica, nessa ordem. Dependendo dessa classificação, o governo pode, de acordo com a lei, determinar estados de atenção, alerta e emergência.
O estado de atenção exige que a Cetesb peça que as pessoas utilizem menos seus veículos.
O estado de alerta restringe a circulação de carros em determinada área. Já o estado de emergência admite que o trânsito seja paralisado.
Feriado
"É como declarar um feriado, parar tudo. O estado de emergência se dá quando os gases são muito nocivos às pessoas e os danos à saúde serão grandes", afirma Claudio Alonso, gerente de qualidade ambiental da Cetesb.
Existem na cidade de São Paulo 12 estações da Cetesb que medem os poluentes no ar. Ontem, estavam com qualidade do ar má os bairros do Ibirapuera, Mooca, parque D. Pedro, Lapa e São Miguel Paulista.
No domingo, Mooca, Ibirapuera e São Miguel Paulista estavam com o ar inadequado. No restante das estações, o ar foi regular.
O principal motivo para a má qualidade do ar é a concentração de ozônio na atmosfera. O ozônio é um gás que se forma principalmente na primavera e que não tem uma fonte específica de emissão.
Os gases emanados pela indústria, diesel e até pela combustão de fogueiras, ao chegar na atmosfera, entram em contato com a luz solar e criam o ozônio.
No ser humano, o ozônio age irritando os olhos, garganta e o sistema pulmonar. Quem tiver bronquite, por exemplo, fica mais suscetível a crises.
Cláudio Alonso diz que ontem não foi declarado estado de atenção na cidade porque as condições de dispersão dos poluentes estavam favoráveis. "Está prevista a entrada de uma frente fria na cidade. Só isso é suficiente para normalizar a situação", afirmou.
Além das 12 estações medidoras espalhadas na cidade de São Paulo, a Cetesb tem mais 13 na região metropolitana, sendo três delas em Cubatão.

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