São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996 |
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Fortaleza é o "paraíso" dos italianos Jornal publica 'roteiro' da cidade RAUL MOREIRA
Em reportagem de página inteira publicada ontem e assinada por um enviado especial, a capital do Ceará é vista como a grande atração do Brasil para os milhares de turistas que estão em busca de aventuras e prazer. "O Rio de Janeiro é muito violento para quem está à procura de sexo fácil. Assim como os alemães preferem Recife, os italianos elegeram Fortaleza como cidade ideal", descreve a reportagem, que informa dia, companhia aérea e preço do vôo direto Milão-Fortaleza. Segundo dados do "La Republica", somente no ano passado, entre os meses de julho e agosto, mais de 70 mil italianos desembarcaram em Fortaleza. Grande parte, aproveitando-se do período de férias em seu país, era formada por homens de idades variadas e poder aquisitivo médio. A reportagem ainda traça um minucioso perfil da noite em Fortaleza. São descritos os principais pontos de prostituição, detalhando áreas reservadas a homossexuais, travestis, cheiradores de cola, casas de programa e as zonas de prostituição explícita. O jornal afirma que há entre 3.000 e 5.000 garotas de programa na cidade, a maioria jovens negras e mestiças entre 18 e 22 anos. "O termo prostituta não faz parte do vocabulário da região", conta o enviado, já que são várias as relações que acabam se transformando em casamento. A mudança de comportamento dos italianos quando se integram ao ambiente é um dado curioso: "Logo transformam-se em homens apaixonados, não se sabe se pelos encantos do mar, da música ou dos efeitos da caipirinha". O enviado do "La Republica" ouviu o parecer de um morador de Milão que está há quase três meses em Fortaleza. Ele afirmou que as mulheres italianas são pesadas e não têm alegria de viver. Em Fortaleza, disse ele, as mulheres não vendem somente o corpo, vendem os sonhos e as ilusões de uma maneira tão natural que os deixam em dúvida se é por amor ou dinheiro. Por uma noitada com um italiano, as 'meninas' cobram de R$ 50 a R$ 1.000, afirma a reportagem. Texto Anterior: Testemunhas depõem sobre crime próximo a bar de Jundiaí Próximo Texto: Fotográfo alemão é encontrado morto no Rio Índice |
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