São Paulo, terça-feira, 24 de setembro de 1996
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Telefilme reconstitui o martírio de Karen Carpenter

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

O que significa, em essência, um melodrama? A ação passional, o ritmo marcado pelo sentimentalismo, ou a ação sem contenção de seus personagens?
"A História de Karen Carpenter" (Globo, 1h30), rodado para a TV americana, reuniu um pouco de cada um dos elementos básicos que constituem o gênero e terminou como uma espécie de "cult".
Sua história é a da parte feminina dos Carpenters, a dupla de música pop formada com seu irmão nos anos 70, caracterizada por canções românticas e baladas sobre corações partidos.
Embora adorada pelos fãs, Karen rejeita a própria imagem -se acredita gorda e deslocada-, desenvolve uma anorexia nervosa (doença que cria a falta de apetite) e termina por morrer.
A partir desses elementos é que o filme se realiza, fazendo de Karen um personagem trágico, vítima de seu desconforto no mundo.
Sua tragédia é a do ser que tem a felicidade em frente aos olhos e, ainda assim, a nega. Recusa o amor e o sucesso por acreditar que seu corpo não tem atrativos e seus gestos não têm encanto.
Há, então, muitas lágrimas, o vermelho reluzente e as canções como contraponto a sua trajetória. O filme se realiza ao apresentar o espectador ao desmedido da vida.

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