São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996 |
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Luiza respira
NELSON DE SÁ
Foi estigmatizado como o eleitor do "não", contra "o PT que diz sim". A sua cor vermelha virou rosa. As bandeiras foram trocadas por passeios idílicos e slogans de experiência administrativa. A queda do publicitário Celso Loducca e a confirmação de Ricardo Carvalho pouco mudaram. A campanha bateu menos no eleitor petista, mas seguiu com sinais de esquizofrenia, entre o malufismo envergonhado e o lulismo. (Para não falar da redução do nome para Erundina, vício de publicitário para criar marca, e marca de som ruim. Só fez matar Luiza.) Apesar das evidências, Carvalho insiste que a campanha seguiu uma estratégia. Diz que, desde o início, sublinhou "propostas viáveis". Ainda ontem na televisão, polarizava com o malufismo falando da incoerência de Celso Pitta, no que fala e não faz. No caso, falar que não ataca e atacar depois. Com ou sem estratégia, com ou sem bater em petista, vermelho ou rosa, Luiza ou Erundina, o certo é que ela não caiu. Ou caiu pouco. Chega à última semana da campanha com quase o mesmo eleitorado de antes. E já esboça uma estratégia "back to basics", volta às origens, e não só para o primeiro turno. Ela quer a militância e vai arriscar comício. Na propaganda, não faltam imagens de empolgação petista. Também não faltam bandeiras vermelhas. Ela quer a zona leste. Ontem no horário eleitoral, ouviam-se frases como: - Atenção, zona leste. Aí vai ter obra da Erundina. - Não é justo que a zona leste encontre tão poucas oportunidades de trabalho. (Registre-se que Pitta, que prefere a petista ao tucano Serra no segundo turno, não por acaso desapareceu da zona leste. Abriu caminho.) Texto Anterior: Peça sobre Lula rende processo contra o PT Próximo Texto: Jatene nega demissão e fala hoje com FHC; Abrinq orienta a fazer programa de governo; Decreto transforma dia das eleições em feriado; PM prende secretário que fazia panfletagem Índice |
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