São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Depoimento reforça suspeita

DA SUCURSAL DO RIO

O depoimento do maquinista Pedro Antônio de Carvalho reforça a suspeita de que não havia funcionários da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) atentos às comunicações de rádio que chegavam à estação de Japeri.
A suspeita, revelada ontem pela Folha, foi levantada pela comissão montada pela rede para investigar o acidente.
Carvalho, Ferreira da Silva e os maquinistas do cargueiro, Daniel Barbeiro e Cláudio Rodrigues, prestaram depoimentos à comissão anteontem.
Iniciados à tarde, em Barra do Piraí, os depoimentos só acabaram na madrugada de ontem.
Barbeiro e Rodrigues repetiram que se passaram dez minutos entre o primeiro alerta de que o cargueiro estava sem freios e o choque contra o Barrinha (apelido do trem de passageiros).
O advogado do sindicato, Fábio Karam, disse que episódios envolvendo composições sem freio têm ocorrido nos últimos meses.
Segundo Karam, no início do ano uma locomotiva se soltou de um comboio e desceu sem freios a serra das Araras.
"Quando uma máquina se solta, os freios agem automaticamente. Os freios não funcionaram e a locomotiva só parou quando perdeu a velocidade", disse Karam.
A direção do Sindicato dos Ferroviários reuniu ontem dez sobreviventes e parentes de mortos no desastre. Na reunião, foi discutido o processo judicial que será aberto pelas vítimas contra a RFFSA.

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