São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Maquinista diz não ter sido orientado

Estação não teria respondido

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

O maquinista Pedro Antônio de Carvalho disse ontem que a estação ferroviária de Japeri (município a 60 km do Rio) não lhe deu orientação de como escapar de um trem de carga sem freios que se aproximava do trem de passageiros que ele conduzia.
Carvalho afirmou que estava parado no km 64 da ferrovia que liga cidades do centro-sul fluminense a Japeri quando foi avisado pela estação de Barra do Piraí (município a 120 km do Rio) que o cargueiro descia a serra sem freios.
"Acelerei o trem, mas no km 62 (a 500 metros da estação de Japeri) o sinal estava vermelho. Pensei que o problema estava resolvido, normalizado, porque senão o sinal tinha de estar verde", afirmou.
Carvalho disse que, ao parar no sinal vermelho, pediu, por rádio, orientação da cabine de Japeri. Segundo ele, não houve resposta.
Preocupado, Carvalho teria olhado para trás, avistando o cargueiro chegar em alta velocidade.
Ele e o maquinista Jaldimar Ferreira da Silva pularam nos trilhos momentos antes do choque. Carvalho disse não ter tido tempo de avisar os passageiros, que lotavam dois vagões. O trem não tinha sistema interno de comunicação.
Na queda, Ferreira da Silva quebrou a perna direita.
Quinze passageiros morreram no desastre, ocorrido quinta-feira.

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