São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Juro estável derruba Bolsa de Nova York

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

Não foi dessa vez que o Fed (banco central dos EUA) mexeu no juro primário dos Estados Unidos. A taxa continuou em 5,25%, contrariando a expectativa de aumento de 0,25 ponto percentual.
As taxas de juro dos títulos de 30 anos fecharam em 6,99%, contra 7,02% do dia anterior.
Mas o comportamento do mercado de ações foi contrário ao que se esperava diante da manutenção do juro primário.
O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que abrira com tendência de baixa, na expectativa de ajuste do juro, avançou com a notícia de manutenção.
Mas acabou não resistindo às realizações de lucro, recuando 0,35% no fechamento.
Os negócios com ações no mercado brasileiro abriram fortes ontem, refletindo ainda o anúncio da TBC (Taxa do Banco Central) de 1,82% para outubro.
Passada a euforia da queda dos juros no Brasil, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) começou a acompanhar a tendência do Dow Jones.
No fechamento, apresentou ligeira alta de 0,18%, com 65.637 pontos. O volume da Bolsa paulista atingiu R$ 390 milhões.
No Rio de Janeiro, a Bolsa subiu 0,19%, com 23.954 pontos (Isenn). O giro financeiro da Bolsa carioca foi de R$ 65,2 milhões.
As atenções do mercado agora vão estar voltadas para a próxima reunião do Fed, em outubro, porque o risco de alta da inflação não está totalmente afastado. Os indicadores continuam mostrando que a economia dos EUA permanece aquecida.
No mercado de câmbio, o Banco Central surpreendeu os operadores ao efetuar a correção da minibanda em apenas 0,05%, quando todos esperavam 0,10%.
O piso da cotação do dólar comercial passou a R$ 1,0195, e o teto, a R$ 1,0245.
Segundo operadores, essa é uma clara sinalização de que a desvalorização pode não chegar ao 0,6% no mês. As apostas ficam entre 0,50% e 0,55%.
No mercado futuro, as taxas de câmbio tiveram quedas em todos os meses de negociação.
No mercado de juros, o dinheiro a termo foi negociado para hoje a 2,63%/2,635% e a 2,55%/2,56% para segunda-feira.

LEIA MAIS sobre juros nos EUA na pág. 2-13

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