São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Gerardo Rueda mostra contenção

DA REDAÇÃO

O artista espanhol Gerardo Rueda (1926-1996) dizia em 1979 sobre sua obra: "Me interessa organizar um espaço plástico que se imponha por sua simples presença. Elimino todas as referências alheias. Incorporo as próximas: volume e cor". O sentido de construção, presente na frase, marca o trabalho essencial de Rueda, que o Masp e também a Dan Galeria expõem a partir de hoje.
Ao contrário do que se costuma identificar na pintura espanhola, Rueda busca a economia, a contenção formal. A mostra "Trajetos", em exibição no Masp, itinera desde 1994 pelas principais capitais latino-americanas e dá exemplos inequívocos disso.
Há diversas pinturas sobre estruturas de madeira -em que quatro pequenos cubos coloridos, por exemplo, sobrepõem-se a uma tela totalmente amarela.
Seus relevos já aparecem nas telas planas, parecem vir das próprias pinturas, que têm linhas marcadas, uso comedido da cor e planos recortados que lembram a pintora Wega Nery.
Em muitos momentos, a identificação com Mondrian parece automática, mas Rueda fazia questão de rechaçá-la, dizendo-se distante da matemática.
A retrospectiva mostra um artista em busca da simplificação, mas que, em seus últimos anos de trabalho, decidiu apropriar-se dos objetos do cotidiano para, talvez, ironizar seu próprio trajeto.

Exposição: Gerardo Rueda
Onde: Masp (Av. Paulista, 1578, tel. 011/251-5644) e Dan Galeria (r. Estados Unidos, 1638, tel. 011/883-4600)

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