São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Multimídia sofistica o ensino de inglês

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

A disseminação do uso de microcomputadores multimídia está provocando o surgimento de programas mais sofisticados para o ensino de inglês.
Para outubro, a Ática Multimídia promete lançar "Traci Say It", primeiro de uma série de programas com reconhecimento de voz interativo, desenvolvido em parceria com a CPI, dos EUA.
Além de gravar a voz do usuário e avaliar sua pronúncia, recurso já utilizado por outros programas, a voz feminina de "Traci" responde ao aluno.
Essa resposta acontece tanto em diálogos -há sempre três opções de condução dos temas-, como em comandos -o aluno diz "give me a break", e o programa pára; "good bye", e ele fecha, por exemplo.
Já a IDT-Coc optou por recursos de realidade virtual. Criou um jogo com navegação tridimensional por imagens realísticas (leia texto nesta página), semelhante ao popular game "Doom".
Eficiência
Com tantos recursos, esses programas pedem máquinas potentes, com microprocessadores a partir de Pentium com 16 Mbytes de memória.
Uma apresentação sofisticada, porém, não é o bastante para garantir a eficiência do programa. Seus recursos precisam garantir a motivação do usuário, fator essencial para o sucesso do aprendizado de idiomas por meio do micro.
Além disso, a auto-educação não funciona para todos. Aula em software é indicada para quem não tem tempo de frequentar uma escola e esbanja disciplina.
Qualidade
Um bom programa precisa preencher alguns requisitos, ensina Maria Aparecida de Lucca, que treina professores e desenvolve cursos para laboratórios de idiomas em microinformática.
"O software tem de se distinguir do livro. Precisa dar retorno imediato ao aluno sobre o seu desempenho, ser atraente para a faixa etária a que se destina, e vocabulário e gramática têm de estar adequados aos objetivos do aluno."
Na opinião de Maria de Lucca, a qualidade de áudio e o nível de estímulo dos programas ainda deixam a desejar.
E, por considerar a repetição de exercícios estanque e restrita, Lucca defende o software como complemento a um curso em escola, orientado por professores.
Já Silvia Fichmann, coordenadora pedagógica das salas de aula da Escola do Futuro, acredita que os programas podem substituir um curso regular.
Fichmann pondera que o aprendizado do inglês só será bem-sucedido se o software for de boa qualidade e se o aluno estiver disposto.

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