São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Executivos debatem o futuro da computação e da Internet

Os Network Computers conseguirão substituir os PCs?

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma conferência sobre informática realizada em Paris na semana passada colocou na mesa os pontos de vista conflitantes de alguns dos principais executivos do mundo da informática.
Scott McNealy, da Sun, e Eckhard Pfeiffer, da Compaq, foram alguns dos que apresentaram armas e puxaram a brasa para sua sardinha sem papas na língua.
O pomo da discórdia é o futuro da computação pessoal: passa pela Internet, com os Network Computers (NCs), ou ganha mais poder individual, com os sistemas da Microsoft? E para onde vai a Internet?
Saber quando o uso da Internet vai realmente se generalizar é crucial para o domínio do crescente cibermercado, que, até o ano 2000, segundo a International Data Corporation, poderá contar com mais de 160 milhões de usuários, gerando negócios no valor de US$ 165 bilhões anuais, contra os US$ 2 bilhões atuais.
A previsão é que as empresas venham a gastar até US$ 3 bilhões até o ano 2000 (contra os US$ 500 milhões gastos em 1995) para tentar dominar uma fatia desse mercado.
Scott McNealy, presidente e executivo-chefe da Sun Microsystems, disse que acredita que o uso da Internet vai provocar uma transformação radical no computador tal qual o conhecemos, eliminando a necessidade de aparelhos caros, como disco rígido e leitor de CD-ROM, além de grandes quantidades de memória.
"O grande paradigma novo é o trabalho em rede -a novidade instigante é essa, estar conectado com todo mundo, compartilhar com todo mundo", disse McNealy.
Mas Joseph Marengi, executivo-chefe da Novell, e Eckhard Pfeiffer, da Compaq, discordaram dele. Marengi disse que ninguém vai atirar fora uma década inteira de trabalho no desenvolvimento de computadores e softwares.
Ele acredita que a Internet se tornará uma ferramenta amplamente usada, mas que isso acontecerá aos poucos, primeiramente por meio do desenvolvimento de redes empresariais abertas, as intranets, e depois com o uso dos chamados eletrodomésticos Internet nas residências.
"Talvez a maior barreira à utilização comercial ampla da Internet seja a barreira social: provar às pessoas que a rede é ainda mais segura do que usar cheques, cartões de crédito ou discar um número de telefone 1-800", disse Pfeiffer.
PC imbatível "Os computadores de rede não podem substituir o PC, que vai continuar sendo reinventado", acrescentou. "Os aplicativos Internet vão demorar mais a surgir do que as pessoas imaginam."
Para ele, o PC será "o aparelho imbatível que abre portas para tudo, adequando-se totalmente" a redes fechadas ou abertas.
O evento foi organizado pela International Data Corporation.

Tradução de Clara Allain.

Texto Anterior: Líder precisa ter sinceridade e coerência
Próximo Texto: Filme discute tecnologia
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.