São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996 |
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Assinado o acordo contra teste nuclear Índia não endossa documento PATRICIA DECIA
Ele usou a mesma caneta que o presidente norte-americano John F. Kennedy assinou, em 1963, o tratado restringindo testes nucleares a explosões embaixo da terra, banindo testes na atmosfera, no espaço ou no fundo do mar. Depois dos EUA, o tratado foi ratificado pela China, França, Rússia e Reino Unido, as cinco potências nucleares declaradas. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, também assinou o tratado que proíbe os testes nucleares com outros 65 representantes dos países-membros. A Índia, que não produz armas nucleares declaradamente, mas precisaria assinar o tratado para que ele se tornasse lei, recusou-se a endossar o pacto. Seu principal argumento é que o tratado não exige que as potências nucleares destruam as armas já existentes. O país faz fronteira com a China, que desenvolve armas, e com o Paquistão, que teria a mesma capacidade. O governo paquistanês só assina se a Índia o fizer. Hoje mais países devem assinar o pacto, incluindo Israel, outra potência nuclear não declarada. Clinton e Ghali Clinton, que ficou cerca de 1h30 na sede das Nações Unidas, se encontrou rapidamente com o secretário-geral da entidade, o egípcio Boutros Boutros-Ghali. Segundo porta-voz do secretário-geral, os dois discutiram a crise no Burundi e o terrorismo. Os EUA são o principal opositor a um segundo mandato de Boutros-Ghali e vão vetar seu nome. Segundo a imprensa, Clinton e Ghali não discutiram o assunto durante seu encontro. "Não toquei no assunto porque todos sabem o nosso posicionamento. Não há o que discutir', afirmou. Após o encontro, o presidente fez pronunciamento de cerca de 15 minutos na plenária da Assembléia Geral. Ele falou de assuntos de política externa que mais repercutem junto ao eleitorado, como tráfico de drogas e terrorismo. Drogas Clinton acusou os países-membros da ONU de falharem em adotar uma política de tolerância zero contra narcotráfico e terrorismo. O presidente disse que os EUA "farão sua parte" e anunciou que o país vai dar US$ 100 milhões para equipamentos de defesa, serviços e treinamento ao México, à Colômbia e a outros países da América do Sul e Caribe. Clinton requisitou medidas de proteção contra armas químicas e as minas terrestres antipessoal. Anteontem, o ministro Lampreia havia anunciado a decisão do Brasil de proibir a venda desse tipo de mina para qualquer país. O presidente norte-americano ainda pediu que os membros da ONU isolassem os países que se recusam a jogar pelas "regras do comportamento civilizado", como Irã, Líbia e Iraque. O discurso seria dirigido aos países aliados dos Estados Unidos que mantêm relações comerciais com países considerados pelos EUA "patrocinadores do terrorismo". Próximo Texto: Diana visita EUA e continua popular Índice |
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