São Paulo, quarta-feira, 25 de setembro de 1996
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Distorção corrigida; Rumos da TV; Desleixo; Reação ao distanciamento; Robocop carioca; Fim do futebol; Apelo; Cinema brasileiro; Favorecimento

Distorção corrigida
"Refiro-me ao artigo 'Os sapatos do dr. Kandir', do senador Lauro Campos, criticando a recente alteração na legislação tributária desonerando as exportações de produtos primários.
Arrecadar na exportação é característica de país subdesenvolvido e, felizmente, o Brasil corrigiu essa distorção.
Também não concordo com a frase final quando alega que Kandir 'conseguiu criar relações semelhantes àquelas do casamento, por ser uma sociedade na qual a mulher tudo perde e o marido nada ganha'."
Pedro de Camargo Neto, presidente da Fundepec -Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Rumos da TV
"Há algum tempo vimos manifestando nossa indignação pelos rumos tomados pela nossa TV.
Não somos a favor da censura, mas é necessário um controle por parte de representantes de vários segmentos da sociedade, visto que a experiência demonstra que os empresários do ramo não parecem estar preocupados com o rumo tomado pela programação de rádio e TV."
Carmen Lúcia de Camargo Penteado, presidente do Instituto de Estudos Mulher Criança Sociedade (São Paulo, SP)

Desleixo
"É inegável que por desleixo e letargia dos governantes vivemos em 'sociedade de amedrontados'.
Se os governantes não têm ainda uma política de segurança pública, deveriam acolher de imediato as sugestões do dr. Saulo Ramos ('Guerra do maltrapilho', 30/8). Se não fizerem isso já, não poderão se livrar das críticas."
José Lúcio Fernandes (Juiz de Fora, MG)

Reação ao distanciamento
"Entrei no Congresso Nacional acompanhado de 300 peões e do líder deles, José Rainha Júnior.
Foi uma invasão pacífica. Lá instalamos o políptico 'Tensão no Campo', um óleo de oito metros que pintei entre outubro e março passados.
Foi uma tentativa de reação ao distanciamento com que parecemos tratar, nos grandes centros urbanos, a questão dos sem-terra."
Antonio Veronese, artista plástico (Rio de Janeiro, RJ)

Robocop carioca
"Esse tal general Nilton Cerqueira está a dever explicações à sociedade brasileira. São detalhes escabrosos tais como o fato de um único tenente do temido 9º Batalhão da Polícia Militar ter matado 'em combate' nos últimos meses 17 homens acusados de integrar o tráfico de drogas.
Note-se que é notório o poderio de fogo dos traficantes do Rio. Trata-se do Robocop carioca. Ou isso teria a ver com a política de premiações e promoções estabelecida pelo governo Alencar para os policiais que matam?"
Edmilson Oliveira da Silva (Rio de Janeiro, RJ)

Fim do futebol
"Com sua iniciativa de ministro dos Esportes, Pelé modificará a lei do passe, dando passe livre aos jogadores em pouco tempo.
Conseguirá a falência dos clubes, dos jogadores e dos torcedores que ainda restam.
Parabéns, ministro. Você conseguirá acabar com o nosso futebol brasileiro rapidinho."
Roberto Jacoia (Botucatu, SP)

Apelo
"Em 22 de agosto de 95 meu irmão despediu-se de mim às 18h e nunca mais o vi com vida. Em troca de R$ 30 e o uso de seis folhas de seu talão de cheques comum sua vida foi friamente tirada por um tiro na cabeça.
Meu apelo é no sentido de que os governantes do Brasil tenham amor à nossa pátria, reflitam sobre o que vem acontecendo com a nossa sociedade e passem a se interessar pelas pessoas, pela educação, pela cultura, pelos direitos humanos dos cidadãos livres, em detrimento dos bancos, das obras faraônicas e dos seus próprios egos.
É hora de entendermos que nosso país, nosso Estado, nossa cidade não pertencem a esses bandidos que matam e roubam, sejam eles do governo, da polícia, do narcotráfico ou mesmo menores de idade."
Sérgio Augusto G. Pereira de Souza (São Paulo, SP)

Cinema brasileiro
"Não gosto de escrever para jornais, mas Marilene Felinto me tirou do sério. Gosto de crítico(a) deveria ser reservado para eles.
No caderno Mais! de 8/9 ela escreveu sobre a impostura do cinema brasileiro. Acho que as pessoas deveriam tomar mais cuidado ao detonar uma obra, pois tem muita gente ainda que segue o que está escrito.
Ainda bem que uma outra parte diz: se o crítico disse que é ruim, pode ir que é bom."
Fernando Hercos Valicente (Sete Lagoas, MG)
*
"Graças ao bom e velho Deus, existe uma Marilene Felinto (caderno Mais! de 8/9) para 'detonar a corriola' que tomou posse do cinema brasileiro.
Nunca li tanta lucidez e percepção reunidas. A Folha, mesmo fazendo publicidade paga para o filme (ou novela para telão?) 'Tieta do Agreste', com o artigo-bomba de Marilene Felinto provou uma vez mais que só tem rabo preso com o leitor."
Walter Navarro (Belo Horizonte, MG)

Favorecimento
"A Folha deve uma explicação convincente e honesta a seus leitores. Por que cede, no espaço de dez dias, na terceira página do primeiro caderno, três oportunidades a figuras israelitas: Sobel, Levin e Jaime Pinsky?
Sobel, cidadão norte-americano e rabino, que por ser estrangeiro não vota, a Folha paga-lhe para escrever sobre eleições no Brasil, em que há a separação entre igreja e Estado.
Já ao sr. Levin, a Folha pagou para escrever sobre o ano novo dos israelitas! E os outros segmentos brasileiros que têm ano novo em datas diferentes? Quantos convites da Folha receberam para falar sobre suas comemorações?
E o sr. Jaime Pinsky escreve, a pedido, sobre 'judaísmo universal'. Que ironia!
A ninguém é permitido se converter ao judaísmo. E os maiores capitalistas e magnatas do mundo são judeus!
Ao que parece, a Folha perdeu a noção do ridículo, ou tornou-se uma publicação igual à 'Manchete'?"
Mohamad Ahmad Abou Fares (Curitiba, PR)

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