São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996 |
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Para Gerdau, reformas deveriam ter prioridade
ANTONIO CARLOS SEIDL
A opinião é de Jorge Gerdau Johannpeter, 59, líder da Ação Empresarial, lobby do empresariado pelas reformas constitucionais. Ele concorda, porém, com a tese da reeleição. "A possibilidade da reeleição do presidente dá estabilidade ao país e atrai investimentos", afirma o presidente do grupo siderúrgico Gerdau. Mas acrescenta que não gostaria de ver as negociações políticas prejudicarem as reformas. "Infelizmente, a agenda política sempre sobrepõe-se à agenda econômica", afirma. Para Gerdau, o sistema de reeleição no país, independentemente do momento, é um processo "válido e democrático". Lentidão Insatisfeito com o ritmo "demasiado lento" do Congresso na revisão da Constituição, Gerdau teme que a prioridade dada pelo governo à aprovação da emenda da reeleição atrase ainda mais as reformas administrativa, tributária e da Previdência Social. Embora angustiado com o atraso nas reformas, consideradas fundamentais para a reativação da atividade econômica e do emprego no país, Gerdau vê na possibilidade de reeleição um avanço da estrutura política brasileira. A chance de reeleição para todos os cargos do Executivo em qualquer lugar do mundo é um incentivo à busca de uma gestão pública de primeira qualidade, acredita. "No caso brasileiro atual, a possibilidade de reeleição do presidente significa um menor risco para o país no futuro", avalia. Gerdau fez essas declarações à Folha em São Paulo, durante o lançamento da Multiviga, um novo sistema de cobertura com vigas de aço desenvolvido pelo grupo Gerdau para reduzir custos da construção de casas populares. Com urgência Gerdau diz que os empresários estão insatisfeitos com o Congresso porque o ritmo das reformas que desejam "não é o mesmo de grande parte dos políticos". O empresariado está preocupado com a falta de avanço das propostas técnicas para a regulamentação da abertura do monopólio das telecomunicações. Gerdau tem, porém, esperança de que a idéia fixa do governo com a reeleição de Fernando Henrique Cardoso não paralise de todo a gestão da economia. "É indiscutível que existindo na pauta do Congresso a discussão da tese da reeleição, isso passe a ser um problema prioritário", afirma o empresário. Mas Gerdau baseia sua esperança num caso recente: a aprovação, em regime de urgência, da Lei Complementar 87, a "Lei Kandir", que desonerou o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) das exportações de produtos primários e semi-elaborados e de investimentos em bens de capital. Texto Anterior: Porta-voz centraliza dados Próximo Texto: CNI apóia segundo mandato Índice |
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