São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Homicídio tem queda recorde em Nova York

GILBERTO DIMENSTEIN
DE NOVA YORK

A queda dos casos de assassinato bateu recorde esta semana em Nova York, numa redução de 19,2% em relação aos primeiros nove meses do ano passado -até dia 22 passado foram 728 casos.
Nunca em toda a história da cidade o assassinato despencou com tanta rapidez como nos primeiros sete meses deste ano. Desde 1990, as estatísticas começaram a trazer boas notícias. A novidade, porém, é a velocidade da redução.
A queda reforça a imagem de que Nova York se transformou na principal experiência mundial de combate à criminalidade. Especialistas de vários países têm vindo para a cidade estudar o fenômeno.
Mantido o ritmo de queda, até dezembro devem ocorrer 960 assassinatos, taxa mais baixa dos últimos 28 anos; desde 1994, ou seja, apenas dois anos, caíram 50%.
Todas as categorias de crimes graves despencaram até este mês, comparando com o mesmo período do ano anterior. Na média, houve redução de 14%.
Nova York conseguiu ter, até aqui, menos 117 mil crimes graves, como roubo de carro, assalto, estupro ou furto, comparando com 1993.
"Quem mais se beneficia da queda dos crimes são os pobres", comemora o prefeito de Nova York, Rudolph Giulianni, candidato à reeleição, montado nessas estatísticas.
Regiões contaminadas
Para diminuir os assassinatos, a prefeitura escolheu os bairros e regiões mais contaminadas, traçou o perfil do crime e colocou policial nas ruas. "Os policiais estão fazendo um excepcional trabalho", afirma o chefe da polícia, Howard Safir.
Em alguns bairros, foi constatado que, por trás dos homicídios, estava o tráfico de drogas. Foram colocados 1.200 policiais especializados no combate ao tráfico em apenas duas regiões, ao norte de Manhattan e Brooklin.
Em apenas uma parte do Harlem, bairro negro e hispânico, a redução de crimes graves este ano foi de 51%.
Como nesses locais, mais pobres, o policiamento reduziu os tiroteios, a taxa de toda a cidade se reduziu abruptamente, o que passou uma sensação generalizada de segurança. Nas regiões mais ricas de Manhattan, aquelas frequentadas por turistas, quase não há registro de assassinatos.
Nos últimos três anos, a região do Upper East Side -onde está, por exemplo, o Plaza Hotel- registrou apenas cinco homicídios.
Apenas uma categoria de crime cai vagarosamente, o estupro. Enquanto o roubo de carro diminui 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, o estupro teve uma marca de apenas menos 3,2%.

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