São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Suposto líder de assalto ao Bodega é preso

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia de São Paulo prendeu ontem Marcelo Nunes Fernandes, 23, acusado de ser o líder da quadrilha que assaltou o bar Bodega, em Moema, zona sul, no dia 10 de agosto.
Durante o assalto, foram mortos o dentista José Renato Pousada Tahan e a estudante Adriana Ciola.
O crime foi um dos que motivou a criação do movimento antiviolência Reage São Paulo.
Segundo a polícia, Fernandes, conhecido como Marcelo Negão, é apontado também como o responsável pelo disparo que feriu de raspão Milton Bertoline. O acusado nega qualquer tipo de participação no assalto.
Já tinham sido presos pelo crime Luciano Francisco Jorge, Valmir da Silva, Valmir Vieira Martins, Natal Francisco Bento dos Santos e o menor C.A.S., 16.
O primeiro a ser preso foi o menor, que acabou denunciando os outros companheiros.
Quando foi preso, C.A.S. afirmou à polícia que tinha sido ele o autor do tiro que atingiu Tahan.
Após a realização da reconstituição do assalto, a versão do menor não se confirmou, e a polícia concluiu que foi Valmir da Silva quem atirou no dentista.
Prisão
Fernandes foi preso por policiais da 2ª Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio por volta das 11h de ontem na rua Eduardo Cantur, na Freguesia do Ó (zona norte).
Segundo a polícia, a casa onde ele estava escondido era de um amigo. Fernandes não estava armado e não resistiu à prisão.
O delegado Edison Santi afirmou que chegou até o acusado por meio de uma denúncia anônima.
Segundo a polícia, Fernandes cumpria pena de cinco anos e quatro meses por roubo no 33º DP (Pirituba), de onde fugiu há cerca de seis meses.
Quando foi preso, o acusado negou ter participado do assalto ao bar Bodega. Ele afirmou que estava em sua casa, em Francisco Morato (Grande São Paulo), no dia em que o crime aconteceu.
No entanto, ele declarou que conhecia C.A.S e Natal Francisco Bento dos Santos. Na delegacia, Fernandes se limitou a negar sua participação no crime à imprensa.
"Não fui eu. Não sei porque eles (os outros presos) estão fazendo isso comigo", afirmou o acusado.
Apesar da negativa, Fernandes foi identificado como o líder da quadrilha, por meio de fotos que estão anexas ao inquérito do caso, pelo delegado João Lopes Filho, do 15º DP (Itaim Bibi), para onde foi transferido no final da tarde.

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