São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Universidade do DF emite carteirinha

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O DCE (Diretório Central dos Estudantes) do Ceub (Centro de Ensino Unificado de Brasília) conseguiu autorização da Justiça para emitir carteiras estudantis independentemente da UNE (União Nacional dos Estudantes).
A "carteirinha dissidente", que o DCE do Ceub afirma também dar direito à meia entrada em atrações culturais e esportivas, havia sido proibida na semana passada por uma liminar concedida à UNE.
As do Ceub são mais baratas: R$ 10 contra os R$ 12 que a UNE cobra. Na terça, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal concedeu uma liminar ao diretório do Ceub, que anula o efeito da primeira, de instância inferior.
Entrega atrasada
O presidente do diretório do Ceub, Luiz Felipe Pereira, 26, disse que a entidade decidiu emitir sua própria carteirinha porque as que foram encomendadas à UNE tiveram a entrega atrasada ou foram perdidas.
Além disso, segundo Pereira, a UNE não repassou a parcela da arrecadação destinada aos centros e diretórios acadêmicos.
O presidente da UNE, José Bertotti, 27, disse que os problemas na entrega das carteirinhas em Brasília são de responsabilidade de uma empresa contratada por licitação para esse serviço, a Flash Foto Center.
"Vamos refazer a licitação ainda neste ano", disse Bertotti. Segundo ele, algumas entidades estão com o repasse da arrecadação atrasado porque demoraram a se cadastrar na UNE.
O preço das carteirinhas no país varia entre R$ 5 e R$ 15. A UNE espera receber R$ 2 milhões até o final do ano, só com sua parcela, de 25% da arrecadação nacional.
Quebrar monopólio
O diretório do Ceub produziu 460 carteirinhas na semana retrasada, nos quatro dias que antecederam a primeira liminar. Na próxima semana, recomeça a conceder as "carteirinhas dissidentes", depositando a parcela da UNE em juízo.
Bertotti disse que a disputa com o DCE do Ceub não é só econômica, mas também política. A maior parte da executiva da UNE é vinculada ao PC do B. Pereira, do Ceub, é filiado ao PSB. "Mas eu nunca usei o DCE para fazer política partidária", disse Pereira.
"Queremos acabar com o monopólio da UNE na concessão de carteirinhas", afirmou.

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