São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Poupança volta a render menos em janeiro

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo decidiu ontem reduzir os rendimentos da caderneta de poupança a partir de janeiro do próximo ano.
A decisão foi tomada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), ao fixar regras para o cálculo da TR (Taxa Referencial, que corrige a poupança) no primeiro trimestre de 97.
A TR é calculada sobre os juros médios dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário). Sobre essa média é aplicado um redutor, fixado pelo CMN. Quanto maior o redutor, menor o rendimento da poupança.
Segundo o CMN definiu ontem, o redutor da TR para os meses de janeiro, fevereiro e março será de 0,97%, 0,96% e 0,95%, respectivamente.
Até então, o governo vinha adotando uma política de redução mais acelerada do redutor, com o objetivo de interromper a perda de recursos das cadernetas de poupança.
Para o último trimestre deste ano, o redutor está fixado em 1,05% (outubro), 0,95% (novembro) e 0,85% (dezembro).
Ou seja, de dezembro para janeiro haverá uma alta de 0,12 ponto percentual no redutor da TR -com impacto inverso na rentabilidade da poupança.
Se torna as cadernetas ainda menos atrativas, a medida do governo beneficia quem tomou financiamento habitacional. Nessas operações, a dívida é corrigida pela TR.
BC não explica medida
O diretor de Política Monetária e Política Econômica do Banco Central, Francisco Lopes, não quis explicar os motivos da elevação do redutor.
Em economês, Lopes disse que as causas da mudança são a trajetória do juros e a implantação da CPMF (nova versão do imposto do cheque).
O diretor do BC disse que, apesar das mudanças, "o objetivo do governo é preservar a caderneta de poupança".
Os aplicadores em caderneta de poupança trimestral serão beneficiados porque estarão isentos da CPMF -que, para entrar em vigor, depende ainda da Justiça.
Com TR maior, aumentam os reajustes das dívidas da União, dos Estados, dos municípios, dos mutuários da casa própria e de pessoas físicas e jurídicas que têm seus contratos reajustados por essa taxa. E vice-versa.

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