São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Mudança objetiva equilibrar as aplicações

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REDAÇÃO

A nova mudança no redutor da TR em janeiro tem o claro objetivo de reequilibrar, por antecipação, a rentabilidade das aplicações financeiras. Os cortes no redutor de outubro a dezembro foram mal calibrados, com a expectativa de declínio mais rápido dos juros.
A partir de outubro, com a queda de 0,10 ponto percentual no redutor -até agora era de 0,5 ponto-, a poupança tende a se tornar imbatível, ainda mais sobre fundos com taxa de administração alta.
Principalmente em dezembro, quando o redutor será de 0,85%, a poupança terá todas as chances para absorver quase todo o 13º salário que entrar na economia e não for queimado no consumo.
Os fundos de 30 e de 60 dias -teoricamente seus concorrentes- são tributados em 15%, ao passo que a caderneta é isenta.
Não faz sentido, na visão até mesmo de executivos que administram carteiras de poupança, que essa aplicação de 30 dias renda igual ou mais que um fundo de 60.
Por trás da decisão do BC pode existir certa pressão do setor de fundos, já que, para concorrer com a poupança, eles terão de reduzir a taxa de administração.
Mas ao próprio BC, comenta-se no mercado, não interessa que haja grandes migrações do dinheiro de um lado para outro.
Mesmo com redutor maior em janeiro, nova onda de migrações -dessa vez da poupança para fundos- deverá ser inibida se entrar em vigor o 0,20% da CPMF.

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