São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Atividade industrial fica estável em SP

DANIELA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O ritmo da produção industrial em São Paulo ficou estável no mês de agosto, apresentando queda de 0,1% sobre julho, descontando os fatores sazonais.
O resultado do mês passado supera em 13,2% o INA (Indicador do Nível de Atividade) de agosto do ano passado, divulgado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
As vendas reais dessazonalizadas registraram queda de 3,2% em agosto. Na comparação anual, houve expansão de 8,3%.
"Se não houver nenhuma alteração no cenário econômico, a tendência para os próximos meses é de estabilidade do INA, com pequenas variações de um mês para o outro", afirma Boris Tabacof, diretor do Departamento de Economia da Fiesp.
Em setembro, a expectativa é de crescimento das vendas para os setores de bebidas, calçados e papelão, diz Tabacof.
Para os segmentos farmacêutico e de papelão ondulado, prevê-se ligeira queda nas vendas no próximo mês.
Horas trabalhadas
As horas trabalhadas apresentaram queda de 1,7% em agosto sobre julho. Em relação a agosto de 95, a diminuição é de 7,4%.
Segundo Tabacof, a queda no número de horas trabalhadas ocorreu em razão do aumento da terceirização e de ajustes efetuados pela empresas para reduzir custos.
A queda no número de empregos na indústria paulista em agosto (8% em relação a agosto de 95) foi menos acentuada que nos meses de julho (9,7%) e junho (10,5%), na comparação anual.
O salário real médio ficou estável no mês passado, em relação a julho. Sobre o mesmo período do ano passado, porém, houve aumento de 6,4%. Já a massa real de salários apresentou queda anual de 2,2% em agosto, em função do recuo no nível de emprego.
O Conselho Superior de Economia da Fiesp debateu ontem alternativas para passar da atual fase de estabilidade do nível de atividade para a de crescimento.
"A estabilidade é condição necessária para o crescimento, mas não é suficiente", diz Tabacof.
Segundo ele, é necessário que haja novos instrumentos para captação de recursos no mercado de capitais, além das Bolsas de Valores.
Deve haver, também, maior participação de recursos públicos nos financiamentos à indústria. Hoje os financiamentos governamentais, como o do BNDES, representam 1% do PIB, afirma Tabacof.

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