São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Economia do Brasil crescerá 2,5%, diz FMI

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está prevendo crescimento de 2,5% para a economia brasileira neste ano.
O índice de inflação previsto pelo FMI para este ano no país é de 12,3%. Os dados constam do relatório semestral do fundo sobre a economia mundial.
O economista-chefe do FMI, Michel Mussa, disse ontem que a queda do índice de crescimento do Brasil (em 1995, a taxa fora de 4,2%) se deve ao desaquecimento da economia no final de 1995 e início de 1996.
Mas, afirmou Mussa, desde o segundo trimestre deste ano o Brasil voltou a crescer em ritmo similar ao de 1995, e a expectativa do FMI é que prossiga assim em 1997.
O relatório elogia o sucesso do Plano Real no combate à inflação, mas adverte que para assegurá-lo é "essencial" realizar as reformas estruturais ("especialmente a liberalização do comércio") e a consolidação fiscal.
Os países em desenvolvimento são os que estão crescendo mais: 6,3% em 1996. Os industrializados vão crescer 2,3% este ano, de acordo com o fundo.
Os EUA estão "experimentando robusto crescimento de produção e emprego" e o Japão "finalmente pôs sua economia no caminho da recuperação".
O fundo e o Banco Mundial iniciaram ontem os trabalhos preparatórios de sua 51ª reunião anual conjunta, que se inaugura na próxima segunda-feira.
Em conversas reservadas, os técnicos do FMI mostram menos otimismo. Eles dizem que tudo está calmo demais no panorama econômico e que isso, em geral, é prenúncio de algum grande problema, que, no entanto, ainda não se sabe qual será.
A inflação está sob controle na maioria dos países, o crescimento econômico geral parece sólido, os mercados monetários se estabilizaram e a atividade especulativa tem sido sóbria.
O vice-diretor-gerente do fundo, Stanley Fischer, disse que "a complacência deve ser evitada", para as autoridades financeiras não serem pegas de surpresa quando algum problema ocorrer.
A região do mundo que mais cresce é a Ásia: 9,1% em 94, 8,6% em 95 e 8% em 96, de acordo com o fundo. A América Latina como um todo deve crescer 3% em 1996.
O mais radical controle da inflação ocorre na América Latina. Sua taxa anual média em 1994 foi de 210,9%, em 1995 de 35,6% e em 1996 será de 20,4%.
Pobreza
O Banco Mundial disse ontem que a América Latina tem níveis de desigualdade social "mais altos do que se deveria esperar pelo seu grau de desenvolvimento".
Segundo informe do banco, preparado para a reunião conjunta com o FMI, cerca de 86 milhões de latino-americanos "lutam para sobreviver com recursos inferiores a US$ 1 por dia".

Com agências internacionais

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