São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996
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Vai para o trono?

CARLOS SARLI

Enquanto John-John Kennedy desolava uma legião de pretendentes ao casar-se em Cuberland Island, Georgia, no último sábado, a poucos quilômetros, em Augusta, no mesmo estado americano, o campeão mundial pesado de jiu-jitsu, o brasileiro Fabio Gurgel desapontava uma legião de fãs e praticantes do esporte ao perder sua primeira luta no 11º Ultimate Fighting.
Melhor preparado, ele começou bem a luta, chegando a quebrar o maxilar e abrir a testa do seu adversário, o americano Jerry Bohlander, de mesmo peso e altura.
Mas, na sequência, os juízes entenderam que o americano foi mais agressivo, embora tenha ficado impossibilitado de encarar as próximas lutas da série, enquanto Fábio, inteiro fisicamente e chateado, acompanhava o resto da competição.
A 11ª versão do "Vale-Tudo" mais conhecido do planeta foi marcado pelo abandono dos vitoriosos devido a lesões. O brasileiro Roberto Traven venceu a luta dos substitutos, mas quebrou a mão e não continuou.
Conclusão: o evento, com oito competidores e eliminatórias simples, não teve final. O vencedor de uma das semifinais foi declarado campeão.
Desde a saída de Royce Gracie, imbatível nas primeiras quatro versões do Ultimate, que nenhum brasileiro recupera o título. Idealizadora do formato original do "Vale-Tudo", a família Gracie foi imbatível durante décadas nesse tipo de disputa, e espera-se dos seus seguidores o mesmo desempenho.
Mudanças nas regras, com o objetivo de tornar a competição viável no mercado americano, como o tempo determinado para lutas e decisão dos juízes nos casos em que não haja submissão, fogem ao padrão estabelecido pelo senhor Hélio Gracie.
Ainda assim, como se viu, os riscos da integridade física são grandes. A "arte suave" do jiu-jitsu vem sendo barrada na selvageria. Será que hoje Royce retomaria o trono do Ultimate?

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