São Paulo, quinta-feira, 26 de setembro de 1996 |
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Artistas fazem prévia do "Antarctica"
CELSO FIORAVANTE
A fotógrafa Lilia Kawakami, por sua vez, está com trabalhos expostos no Rio de Janeiro e Curitiba. Os quatro artistas não têm galerista em São Paulo. Raquel Garbelotti está na mostra "Territórios", que reúne outros sete artistas na Casa de Minas (r. São Carlos do Pinhal, 87, tel. 283-4400) até 10 de outubro. A mostra foi viabilizada graças à formação de uma espécie de cooperativa pelos próprios artistas, que viabilizaram desde a obtenção de patrocínio até a montagem da exposição. Raquel Garbelotti apresenta dois exemplos de seus "armários modulares". Eles simulam móveis de parede, mas em uma escala irreal, mínima. "São inutilitários", resume a artista. Raquel partiu do mesmo critério para criar sua obra para o projeto "Antarctica Artes com a Folha": "Esconderijos", uma instalação toda branca sobre uma parede também branca. A parede vai simular um grande armário embutido, com gavetas de cerca de 3 cm cada. "O espaço vai ser indissociável da obra, vai criar sombras de acordo com o abrir e fechar das gavetas", disse Raquel. "Ela lembra Waltércio Caldas. Utiliza a questão do mínimo que contesta o próprio espaço", disse Stella Teixeira de Barros, uma das curadoras do "Antarctica Artes com a Folha", sobre a artista. O fotógrafo Eli Sudbrack é um dos convidados da mostra "Excesso", organizada pelo Paço das Artes (av. da Universidade, 1, tel. 011/813-3627, USP). Nos três trabalhos que apresenta, Sudbrack trabalha o imaginário do universo gay e das revistas pornográficas por meio da manipulação de fotografias. "Existe uma homogeneização das imagens veiculadas por esse tipo de revista. Os meus trabalhos lidam com o desejo e com a dúvida sobre o tipo de comunicação que se mantém entre os que se anunciam nessas revistas e seus consumidores", disse Sudbrack. "A sua discussão não se restringe ao universo gay, mas ao imaginário por esse tipo de mídia e à sua apropriação", disse Nelson Brissac Peixoto, um dos curadores do "Antarctica". "Sudbrack propõe uma discussão interessante sobre a questão do aparecimento e desaparecimento do desejo e do gozo", complementa Lisette Lagnado, também curadora do projeto. Jonathan Gall foi um dos selecionados para a primeira individual simultânea da Abra (av. Portugal, 191, tel. 011/240-4767, Brooklin). Apresenta desenhos feitos não apenas pelo pigmento, mas também com as marcas sobre o papel. "Gall é um desenhista que trabalha com várias folhas simultaneamente, umas sobre as outras. As folhas de baixo também são marcadas por seu gesto. Essa marca quase invisível serve como um desenho mudo, um desenho sem pigmento", disse Lagnado. Lilia Kawakami apresenta no Rio uma série de fotos de corpos deformados pelo uso de uma lente especial. A mostra acontece na Funarte (r. Araújo Porto Alegre, 80, centro) até amanhã. Ela está ainda na 1ª Bienal Internacional de Fotografia de Curitiba, que acontece também até amanhã. Apresenta uma série de auto-retratos realizados com filmes vencidos usados em máquinas fotográficas antigas. Texto Anterior: CLIPE Próximo Texto: Trânsito entre linguagens e suportes caracteriza arte contemporânea Índice |
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