São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Justiça investiga uso da máquina em BH

Azeredo estaria beneficiando tucano

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O juiz eleitoral Dídimo Inocêncio de Paula determinou, ontem, investigação sobre atos do governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo (PSDB), do candidato tucano à Prefeitura de Belo Horizonte, Amilcar Martins, e de seu vice, Ronaldo Vasconcelos (PL).
O juiz acatou pedido do Ministério Público feito por nove promotores eleitorais, que citam fatos da campanha que podem conter "abuso do poder político ou de autoridade" em benefício do candidato tucano.
Os promotores citam o fato de Azeredo ter anunciado o apoio a Martins em ato no Palácio dos Despachos, tendo esse episódio sido manchete do "Minas Gerais" -órgão oficial do governo.
Citam ainda as nomeações do deputado federal Maurício Campos (PL) e do ex-deputado estadual João Pinto Ribeiro (PTB) para secretarias do governo mineiro.
Na petição, os promotores lembram que os dois secretários eram "postulantes declarados" à Prefeitura de Belo Horizonte, desistiram e passaram a apoiar "ostensivamente" o candidato tucano.
O juiz eleitoral considerou que há "indícios suficientes para apurar se ocorreram abusos".
Os promotores apontam ainda declarações do presidente regional do PSDB, Aécio Neves, que "teria divulgado uma mensagem aos eleitores sugerindo que apenas os candidatos apoiados pelo governador do Estado poderiam direcionar recursos do Tesouro Estadual para seus municípios".
A assessoria do governo de Minas informou que "o governo não teme nenhuma investigação porque considera que não há nenhuma irregularidade".
A assessoria de Martins disse que o candidato considera o episódio uma "tentativa de tumultuar o processo e confundir a opinião pública" e que "não há máquina de Estado" na sua campanha.
A lei das inelegibilidades prevê como punição, caso se constatem os abusos, a cassação do diploma do candidato eleito e a inelegibilidade por três anos do governador.

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