São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Reforma vira "novela" de R$ 20 milhões

Justiça embarga obras na Câmara

DA REPORTAGEM LOCAL

A reforma do prédio da Câmara Municipal é uma novela que se desenrola desde 1990.
As obras estão orçadas em quase R$ 20 milhões e estão embargadas há um ano e quatro meses devido a suspeitas de superfaturamento. Cerca de 18 milhões já teriam sido pagos pela Casa.
Especialistas em avaliação calculam que com R$ 20 milhões seria possível construir um prédio idêntico ao Palácio Anchieta (sem incluir o terreno).
Para apurar irregularidades, foram abertas duas CPIs. A última constatou superfaturamento em torno de R$ 6 milhões.
Cinco inquéritos policiais e um civil estão correndo a partir das denúncias de irregularidades na reforma do prédio.
Incêndio
As obras são uma exigência da Contru (Departamento de Controle de Uso de Imóveis), que exige que seja feita uma escada de incêndio no prédio.
Também é necessária a construção de mais gabinetes. Em dez anos, o número de vereadores pulou de 45 para 55.
Segundo o Contru, a falta das escadas, aliada à existência de escada central em forma espiral, poderia transformar o prédio, de 13 andares, numa fornalha sem saída em caso de incêndio.
Cupins holandeses
O embargo da obra atingiu os vereadores. No início de 95, a comissão de obras concluiu que o plenário de votações corria "risco de desabamento".
Em relatório, a comissão responsabilizou "cupins, de origem holandesa, imunes ao tratamento de proteção dado às madeiras" pelo problema.
Hoje os vereadores realizam as votações em um salão no 1º andar. O TCM determinou que o contrato com o consórcio de construtoras (Villanova/Dinapav) deveria ser cancelado.
O consórcio alega que a paralisação lhe causou prejuízos e foi à Justiça. Exige indenização.

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