São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
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Melhores escolas de SP estão no interior
FERNANDO ROSSETTI
O desempenho de alunos da 3ª série estadual, em provas de português, redação e matemática, são todas melhores no interior do Estado (leia quadro). Esses são alguns dos resultados mais surpreendentes da avaliação feita em abril passado com 1 milhão alunos de 3ª e 7ª séries do 1º grau de 5.891 escolas estaduais. O "Relatório Final dos Resultados da 1ª Aplicação", do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo, obtido com exclusividade pela Folha, mostra, ainda, que o ensino nas duas primeiras séries do 1º grau está, hoje, razoavelmente bom. Mas os alunos das últimas séries do 1º grau têm um desempenho geral "muito aquém do que seria desejável", diz o relatório. Apenas na prova de português, no período diurno, os alunos da 7ª série tiveram acerto médio acima de 50%. Nas outras provas, haveria reprovação -menos de 50% de acerto (leia texto nesta página) A secretária de Estado da Educação, Rose Neubauer, afirma que na as escolas do interior estão melhores porque, nos últimos dez anos, "não foram feitas construções escolares em número suficiente para oferecer um ensino de melhor qualidade" na cidade de São Paulo. Assim, teria faltado espaço para implantar programas de melhoria do desempenho escolar, como os turnos de cinco horas por dia. Segundo ela, dois terços das construções escolares previstas até o final da gestão Mário Covas ocorrerão na Grande São Paulo. Outro fator para o melhor desempenho dos alunos do interior é a relação da escola com a comunidade. "Quando você olha a relação das melhores escolas estaduais, vê muitas delas situadas em cidades muito pequenas: Tanabi, Boituva, Corumbataí, Miracatu." "Isso caracteriza uma situação em que a comunidade está muito mais próxima da escola. Em São Paulo, o professor pode até morar próximo à escola, mas dificilmente ele será um membro da comunidade da escola como no interior." O estudo conclui que a melhoria da qualidade de ensino será atingida com a ampliação da jornada do aluno e do professor, a introdução de coordenadores pedagógicos nas escolas e o apoio, pelo governo, aos docentes, com capacitação, materiais e orientação metodológica. LEIA MAIS sobre à pág. 3 Próximo Texto: Avaliação é a maior já feita no Estado de SP Índice |
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