São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
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D. Lucas critica aula de educação sexual Proposta do MEC atingiria alunos de 1º grau PAULO SILVA PINTO
"Moralmente falando, eu creio exprimir a unanimidade dos bispos contra esse tipo de educação", disse d. Lucas. "O problema não é instruir meninos e meninas sobre o ato sexual, a questão é educação para o amor, para o relacionamento", completou. Segundo d. Lucas, isso "não consta" da leitura que bispos católicos fizeram dos "Parâmetros Curriculares Nacionais", propostos pelo MEC às escolas. O arcebispo afirmou que, "para produzir um documento como esse, não bastam os técnicos, seria necessário ouvir as igrejas, associações de pais e mães de família, educadores católicos, ortodoxos e outros". O texto do MEC sobre orientação sexual afirma que se deve "desvincular sexualidade de tabus, afirmando-a como algo vinculado ao prazer e à vida". Os parâmetros curriculares não trazem regras a serem seguidas pelas escolas e sim sugestões de assuntos que devem ser tratados em sala de aula. Inclui, por exemplo, educação para "convívio social e ético". Sobre "manifestações da sexualidade infantil", O MEC sugere que o educador ofereça limites, mas manifeste "a compreensão de que são prazerosas e fazem parte do desenvolvimento saudável de todo ser humano". O presidente da CNBB disse ter ouvido um secretário municipal de Salvador -não revelou o nome- dizer que ficou revoltado como pai de família com o texto do MEC. D. Lucas é também arcebispo de Salvador. Ele disse que vai tentar uma audiência com o ministro Paulo Renato Souza (Educação) quando voltar da Europa. O arcebispo passará três dias na França, aonde chega hoje, e depois seis dias no Vaticano, para dois encontros com o papa. Ontem, d. Lucas presidiu uma reunião da Comissão Episcopal Pastoral da CNBB, que discutiu, entre outros assuntos, a aproximação da Igreja Católica com a maçonaria, conjunto de associações não-religiosas que teve origem na Europa no século 17. Um documento da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, da igreja, afirma que há incompatibilidade entre o catolicismo e a maçonaria, que tem ritos secretos. Segundo d. Lucas, os bispos brasileiros vão recolher informações sobre a maçonaria e enviar ao Vaticano, para que a questão seja reavaliada. Texto Anterior: Escolas terão livro sobre trânsito Próximo Texto: Ensino pago obtém nota igual na 3ª série Índice |
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