São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Ensino pago obtém nota igual na 3ª série
FERNANDO ROSSETTI
Em português, por exemplo, as escolas estaduais tiveram acerto médio de 89% das questões. Entre as 19 escolas particulares avaliadas na 3ª série do 1º grau, o resultado ficou em 90% de acerto (leia quadro abaixo). Em matemática há uma pequena queda: 84% de acerto nas estaduais contra 89% nas particulares. Na média, as melhores escolas estaduais de 3ª série ficam com nota média 83, e as particulares, 85. "Isso mostra que é possível ter escola pública de qualidade; basta investimento e uma política educacional adequada", diz a secretária da Educação, Rose Neubauer. Mas o quadro muda quando se avança no 1º grau para a 7ª série. Continua havendo bom desempenho das cem melhores escolas estaduais -que até se saem melhor nas provas de redação e história. Uma explicação possível para esse fato é que os alunos da 7ª série estadual são, em geral, mais velhos e, como história e redação exigem conhecimentos gerais, eles podem ter sido beneficiados. Mas em português, por exemplo, há uma diferença desfavorável à rede do Estado. Os alunos das 24 escolas particulares avaliadas nesse nível de ensino têm acerto médio de 77% das questões. As cem melhores escolas estaduais, 65%. Matemática aparece em toda a avaliação como a área de ensino mais problemática. Na 7ª série, o acerto médio dos alunos particulares foi de apenas 51%;, e dos alunos estaduais, 46%. Noturno A avaliação reafirma que o ensino nos cursos noturnos é mais deficiente do que no período diurno. Tanto que, ao comparar o desempenho das cem melhores escolas de 7ª série, a secretaria utilizou apenas as médias de acerto dos alunos diurnos. "Mesmo que a escola tenha uma boa infra-estrutura, com biblioteca e laboratório, o aluno do curso noturno acaba não utilizando esses equipamentos", diz Neubauer. Assim, em português, o desempenho dos alunos do diurno é 13 pontos percentuais superior ao do noturno (55% contra 42% de acerto). Em redação há uma diferença de dez pontos. Mas matemática é um problema igualmente grave tanto para o diurno (31% de acerto) como para o noturno (28% de acerto). Novamente em história os alunos mais velhos, do noturno, têm pequena vantagem sobre os do diurno (40,49% contra 39,92%). Neubauer avalia que alguns dos bons resultados podem ser atribuídos à informação que hoje os jovens recebem dos meios de comunicação. (FR) Texto Anterior: D. Lucas critica aula de educação sexual Próximo Texto: 'Desinteresse de aluno prejudica ensino' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |