São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Greve de bancários muda compensação

JACQUES CONSTANTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

O primeiro dia de paralisação dos bancários em São Paulo foi marcado por diferentes avaliações. Os grevistas, embora sem números, anunciaram que foi boa a adesão. A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) informou que apenas 72 agências, entre 31.900, tiveram dificuldade em atender ao público.
Na rua Boa Vista, centro de São Paulo, onde se concentraram os piquetes dos bancários, a maioria das agências permaneceu fechada. Banco do Brasil e Banespa não participam da greve.
A greve, de qualquer forma, teve efeitos sobre o movimento bancário, pois o governo decidiu aumentar provisoriamente, de R$ 130 para R$ 500, o valor mínimo para a compensação de cheques em 24 horas.
A medida visa diminuir o serviço dos bancários, que estão trabalhando em número reduzido.
Segundo Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a greve "foi positiva para o primeiro dia".
A categoria rejeita a proposta salarial dos bancos (8% de reajuste) e reivindica 21,1%, a título de reposição da inflação (Dieese), mais 6,7% de produtividade.
O sindicato informou que dois centros administrativos do Unibanco -com 4.000 funcionários- foram paralisados. No Itaú, a adesão teria chegado a 40%.
A Fenaban relatou que houve depredações em cerca de 50 agências, a maioria em São Paulo e Salvador.
"Isso é terrorismo da parte deles, para gerar confusão na greve", disse Berzoini.
No período da manhã, os bancários ocuparam a rua Boa Vista para se manifestar em favor da greve.
"A concentração na Boa Vista é importante estrategicamente, pois aqui estão instalados setores de transações dos bancos", disse ele.
Em assembléia realizada ontem à noite, os bancários de São Paulo decidiram manter a greve por tempo indeterminado. A mesma decisão foi tomada no Rio em assembléia de cem bancários.
Estado
Em Santos (SP), só duas agências -da Caixa Econômica Federal e do Banco Real- pararam.
No ABCD, segundo os bancários, a adesão à greve foi parcial. O maior índice de paralisação ocorreu em Santo André (80% das agências).
Em São José do Rio Preto (451 km de São Paulo), o Sindicato dos Bancários protestou distribuindo 2.000 pães e mil copos de água.

Colaboraram a Agência Folha e a Folha Norte

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