São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996
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Para inglês ver?

WILSON BALDINI JR.

A cassação do título mundial, versão Conselho Mundial de Boxe, de Mike Tyson é um indício de que a credibilidade está prestes a ganhar corpo novamente no boxe internacional. Afinal, o inglês Lennox Lewis há muito tempo ocupa o primeiro lugar entre os desafiantes do campeão e merece sua oportunidade.
Tudo lindo e maravilhoso no papel. Mas será que estão querendo verdadeiramente seguir as normas ou será uma última cartada para tentar resgatar o interesse do público e dos empresários pela principal categoria do pugilismo, depois da palhaçada de Bruce Seldon no último dia 7, em Las Vegas?
Tyson perde o cinturão, pega Evander Holyfield (um dos poucos que pode dar espetáculo) e 9 de novembro pode ser o "Independence Day" para o boxe. Com três lutas por título mundial no mesmo dia. Sensacional!
A desconfiança surge em consequência de antecedentes. Frank Bruno ficou praticamente um ano sem lutar para permanecer em primeiro no ranking e pegar Tyson em 89. E nenhuma punição foi aplicada.
Já em 93, Riddick Bowe tinha o título unificado (CMB, AMB e FIB). Se recusou a enfrentar Lewis e também teve o título do CMB cassado. Ótimo. Mas permaneceu com os outros dois e fez duas defesas de título ridículas contra os decadentes Michael Dokes e Jesse Ferguson. E tudo bem?
Lewis, que se aproveitou da confusão, em vez de encarar os melhores da categoria seguiu os passos do rival Bowe e massacrou os já "mortos" Tony Tucker e Phil Jackson.
Em um tempo mais longínquo, Maguila chegou ao segundo posto do CMB sem enfrentar nenhum lutador entre os dez primeiros. Lembram da vitória (que vitória?) sobre James "Quebra-Ossos" Smith? Hoje, o Luciano "Todo-Duro" Torres é o primeiro entre os supermédios. Como pode? Será tudo moralização ou só armação?

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