São Paulo, sexta-feira, 27 de setembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Brasil quer fazer bonito no Bocuse d'Or
EITAN ROSENTHAL
O Brasil será representado por Antonio Francisco dos Santos, o Naim, e pelo seu ajudante, Rodrigo Martins. A dupla se qualificou ao vencer o Toque d'Or, eliminatória brasileira do certame, que se realizou em São Paulo em abril. A participação brasileira no Bocuse d'Or está sendo patrocinada pela Nestlé, no maior investimento já realizado no país pela iniciativa privada em um evento gastronômico. A estimativa de custos (que inclui oito meses de treinos e levar uma delegação de 37 pessoas à Europa) chega a R$ 450 mil. O treinamento a que vêm sendo submetidos a dupla concorrente e um suplente, Carlos Messias Soares, inclui 250 horas de aulas práticas fornecidas pela Abag (Associação Brasileira de Alta Gastronomia), organizadora da promoção. Toda segunda-feira, Naim e Rodrigo vêm de Belo Horizonte, onde moram, e desenvolvem as receitas concorrentes sob a orientação e supervisão dos mais influentes chefes paulistanos, como Laurent Suaudeau, presidente da Abag, Emmanuel Bassoleil, Jorge Valsassina, Christophe Besse, Luciano Boseggia e Alex Atala. São duas as receitas exigidas: pernil de porco com sangue e miúdos e bacalhau fresco, ambos sob o enfoque das culinárias nacionais competidoras. Serão levados em conta sabor, aparência e originalidade. Organização e higiene são critérios de desempate. A equipe brasileira está próxima de fechar a primeira receita, considerada a mais complicada. Foram 14 experiências e mais de cem quilos de carne até chegar nesta glamourosa (e complicadíssima) alquimia: pernil de porco com crosta de tapioca reconstituído com fatias de carne e mousseline de pernil com tamarindo e abóbora guarnecido com mousse de porco com alho-poró e fígado coberta de manga e couve, timbale de banana da terra com quiabo e castanha de caju e minimorcelas de sangue, orelha, fígado e pimenta rosa. No último Bocuse d'Or, o Brasil foi representado por Antonio Faustino de Oliveira, o Russo, que conseguiu a 16ª colocação dentre 22 competidores. O concurso foi vencido três vezes pela França e uma por Luxemburgo e Noruega. O país vencedor não concorre na edição subsequente. E-mail: eitan@trattoria.com Texto Anterior: Bienal espera por "O Grito", de Munch Próximo Texto: Nova York ainda preserva suas livrarias antiquadas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |