São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Reeleição tem prioridade, afirma Maciel

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo quer que o Congresso vote a emenda que permite a reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso antes das reformas da Previdência, administrativa e tributária, pendentes no Congresso desde o ano passado.
"A reeleição tem prioridade, depois serão votadas as outras emendas", afirmou ontem o vice-presidente Marco Maciel, recentemente convertido à proposta.
Segundo Maciel, a emenda da reeleição deverá ser votada no plenário da Câmara daqui a quatro meses. Maciel classificou de "inevitável" a convocação extraordinária do Congresso em janeiro.
Hipótese
O vice-presidente não fala diretamente sobre a possibilidade de se candidatar à reeleição em 1998 -coisa que o próprio FHC já fez.
Maciel cita Amaral Peixoto (governador do Rio de Janeiro entre 1951 e 1954): "Ele dizia que não falava sobre hipóteses, mas analisava todas".
A iniciativa da convocação do Congresso em janeiro seria dos presidentes da Câmara e do Senado. O deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA) é um dos principais defensores da reeleição.
Quanto a José Sarney (PMDB-AP), Maciel acredita que o senador não se oporá à idéia.
A votação imediata da reeleição conta com o apoio da equipe econômica do governo, que admite deixar para votar depois a reforma do Estado, proposta ao Congresso com o objetivo de promover o equilíbrio nas contas públicas.
Força
Tanto os economistas quanto os políticos governistas sustentam que a aprovação da reeleição daria mais força ao governo para aprovar depois as outras reformas.
A "força", segundo afirmam, viria da expectativa de mais seis anos de mandato para FHC.
A proposta de reforma da Previdência voltou praticamente à estaca zero. Será refeita no Senado para tentar reduzir os "privilégios" concedidos a servidores públicos aposentados, que a Câmara manteve depois de muita discussão.
Na reforma administrativa, o governo enfrenta resistências políticas ao que considera um ponto de honra: a quebra da estabilidade no emprego para o funcionalismo público.
A redução de impostos cobrados sobre as exportações era o objetivo mais imediato da reforma tributária proposta pelo governo e já foi antecipada por projeto de lei.

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