São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Metade das escolas de SP sofre depredação

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma pesquisa da Udemo, entidade que reúne os diretores das 6.700 escolas estaduais de São Paulo, retrata o problema da violência nas escolas paulistas.
O estudo mostra que quase metade (46%) dos colégios pesquisados na capital e Grande São Paulo admite ter sofrido depredação ou invasão; 27% registraram ocorrências de furto e roubo e 5% tiveram registro de tiroteios dentro da escola ou em suas imediações.
A pesquisa, concluída em outubro de 1995, ouviu 308 escolas da região metropolitana de São Paulo. Apenas 10% dos colégios afirmaram nunca ter registrado incidentes.
Os casos de arrombamento somam 14%, e os de danos em veículos, 11% (leia quadro). Os casos de uso de drogas e de ação de gangues nas escolas pesquisadas somam, cada um, 7%, e os de tiroteio, 5%.
"Esses dados mostram a gravidade da questão de segurança nas escolas. É preciso que a Secretaria da Segurança Pública atue com mais eficácia na segurança dentro das escolas", diz o diretor da Udemo Volmer Áureo Pianca.
A Secretaria da Segurança Pública responde que a vigilância no interior das escolas não é de sua competência, mas sim da Secretaria da Educação.
A Secretaria da Educação afirma que o governador Mário Covas determinou que policiais e funcionários podem trabalhar como zeladores, exercendo a função de vigilantes em escolas estaduais.
Segundo a secretaria, R$ 5 milhões foram repassados às associações de pais e mestres (APMs) e prefeituras para a reforma e construção de novas zeladorias.
Dados da secretaria indicam que em 94 ocorreram, em média, 37 situações de violência por grupo de 10 mil alunos da rede estadual. Hoje, de acordo com os dados oficiais, esse índice é de 16 por 10 mil estudantes nos colégios estaduais.
Segundo a secretaria, os índices da violência escolar até 94 (37 incidentes por 10 mil alunos) são comparáveis aos registrados pelas distritos policiais de São Paulo -38 por grupo de 10 mil habitantes.
A pesquisa da Udemo verificou que 76% das escolas entrevistadas apontaram a presença de vigilantes com treinamento nas escolas como a principal sugestão para se tentar diminuir os casos de violência escolar.

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