São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996 |
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ONGs criticam CNBB por restrições ao ensino sexual
DA REPORTAGEM LOCAL Especialistas e entidades que trabalham com educação e sexualidade lamentaram as críticas feitas pela presidência da CNBB à educação sexual proposta pelo Ministério da Educação ao ensino básico.O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, d. Lucas Moreira Neves, disse na anteontem que os ensinamentos incitam a prática do sexo "sem amor". Na entrevista, o bispo diz que não leu os parâmetros sobre sexualidade que o MEC preparou como diretriz para os professores. "Se tivesse lido, saberia que os parâmetros estão iluminando a questão da sexualidade com a luz da ética e do respeito", disse a psicóloga Lídia Aratangy. "A proposta do MEC é inovadora. É o oposto de ensinar como ter orgasmo." Lídia é especialista em orientação sexual para estudantes e pais e tem vários livros publicados. A Apta -entidade que trabalha com prevenção à Aids e sexualidade- diz que os parâmetros do MEC possibilitam que a criança aprenda a viver a sexualidade de forma mais saudável. "É uma chance que essa geração tem de ser mais feliz que a nossa", disse Teresinha Reis Pinto, presidente da associação. "D. Lucas está resumindo a sexualidade ao ato sexual." O GTPOS -grupo que trabalha com pesquisa e projetos em orientação sexual- divulgou carta afirmando que a "CNBB está equivocada ao reduzir a discussão sobre sexualidade na escola à instrução sobre o ato sexual". Silvio Bock, pedagogo e membro do GTPOS, diz que a orientação proposta pelo MEC e apoiada pelo grupo "é muito mais abrangente". "A proposta não reduz a sexualidade apenas à genitália e ao ato sexual." Segundo Bock, a sexualidade precisa incorporar a questão do prazer, do relacionamento com o outro e o respeito às diferenças de gênero. "A capacidade de amar é resultado de tudo isso." Texto Anterior: Locais de inscrição para o vestibular da Fuvest-97 Próximo Texto: Juiz pede mundaça do promotor do caso Índice |
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