São Paulo, sábado, 28 de setembro de 1996
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Greve deve continuar apesar da pequena adesão dos bancários

Sindicalistas rejeitam condição para voltar a negociar

JACQUES CONSTANTINO
DA REPORTAGEM LOCAL

A greve dos bancários, iniciada na quinta-feira, continuou fraca ontem. A paralisação permaneceu restrita aos bancos privados e se concentrou em pontos isolados.
Mesmo assim, os bancários rejeitaram a proposta patronal, de retomar hoje as negociações.
A disposição das lideranças sindicais até ontem à noite era de manter a greve, por tempo indeterminado, na próxima semana.
Amanhã, no entanto, os bancários realizarão assembléias em todo o país para decidir sobre os rumos do movimento.
Segundo Ricardo Berzoini, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, a proposta não tinha, a princípio, uma condição. Mais tarde, a Fenaban a teria condicionado ao fim da greve.
"A negociação estava agendada para as 10h. Mas, com essa imposição, não haverá mais reunião", disse Berzoini.
Segundo dia
Segundo a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), menos de 100 das 31.900 agências do país tiveram problemas de atendimento.
Em São Paulo, a maioria das agências da rua Boa Vista continuou fechada. A adesão na avenida Paulista ficou restrita basicamente às agências do Unibanco.
Os centros administrativos do Unibanco, na praça do Patriarca e na Rodovia Raposo Tavares, não funcionaram, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo.
No Rio, a greve se concentrou na avenida Rio Branco e em outras agências do centro.
Em Santo André (Grande São Paulo) houve paralisação nos bancos da rua Senador Flaquer. Algumas agências de cidades do interior do Estado não abriram.
Segundo Berzoini, a adesão cresceu no centro e nos bairros de São Paulo.
"O movimento aumentou e estamos conseguindo atingir nosso objetivo: causar prejuízo aos bancos", disse.
Demissões em massa
Os bancários não aceitam o reajuste de 8% proposto pelos bancos. Reivindicam 21% de aumento para a reposição da inflação desde setembro do ano passado, além de 6,7% a título de produtividade.
Existem hoje no Brasil cerca de 560 mil bancários. Em 89, eram mais de 800 mil.

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